terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chora, demotucano!Agência Moody's eleva Brasil a grau de investimento

A agência de classificação de risco Moody's anunciou nesta terça-feira que passou a considerar a dívida do governo brasileiro em moeda estrangeira como grau de investimento, com perspectiva positiva. Isso significa que os papéis do Brasil são confiáveis para investir. Segundo os profissionais de mercados, muitos investidores já estavam antecipando o "upgrade" do Brasil para grau de investimento pela Moody's. A Moody's elevou de "Ba1" para "Baa3" o "rating" (a nota dada aos papéis) atribuído à dívida soberana do Brasil. A nova classificação é o degrau mais baixo da faixa considerada grau de investimento. "A elevação reflete o reconhecimento pela Moody's de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil", segundo a Moody's. sta é a quarta agência a alçar o país ao grupo dos países considerados confiáveis para investir. Entre abril e maio de 2008, o país recebeu de três fontes diferentes o tão sonhado grau de investimento. Primeiro, em 30 de abril, foi a agência de avaliação de risco Standard & Poor´s. Menos de um mês depois, a agência canadense DBRS tomou a mesma decisão. No dia seguinte, a Fitch também concedeu o grau de investimento.

Repercussão - "O que surpreende é que a Moody's colocou o Brasil em perspectiva positiva, o que ressalta a força da economia no governo Lula", afirma Claudia Calich, gerente de títulos emergentes da Invesco, em Nova York. "A gente passou pelo grande teste: a gente fez política monetária anticíclica. Em outras crises, a gente sofria muito. O câmbio depreciava demais, a inflação explodia, tinha que subir juros, a atividade econômica ia lá para baixo. Essa foi a primeira crise em que a gente conseguiu baixar os juros dando um suporte para a atividade econômica", avalia Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria. "Na prática, a Moody's estava defasada, o que não mudaria nada. Mas, neste momento de euforia (dos mercados), tudo ajuda. Além disso, alguns fundos internacionais até poderiam ter restrição (em aplicar no Brasil) porque não era grau de investimento pela Moody's", analisa Felipe Brandão, especialista em mercados emergentes da Icap. Para o economista Antònio Madeira, da MCM Consultores Associados, "essa elevação se justifica do ponto de vista de solvência externa". Ele acrescenta que "hoje a situação é muito confortável para o Brasil, há confiança no sistema bancário brasileiro e a economia tende a crescer. "Isso pode ajudar a equilibrar as contas públicas. De uma forma geral, essa avaliação da Moody's é positiva, apesar de a agência já ter antecipado uma perspectiva positiva para o rating brasileiro", continua Madeira. "No que se refere ao dólar, o grau de investimento vem reforçar mais ainda os bons fundamentos do país, o que deve ajudar a manter o real em alta." (Com informações de Agência Estado e Reuters) Gilvan Freitas, O Terror do Nordeste.

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