Não são necessariamente com as mesmas coisas que a mídia, de um lado, e o resto do mundo, de outro, acham que vale a pena se preocupar de verdade no Brasil de hoje, nessa temporada de tumultos aberta pela desfaçatez de alguns veículos de comunicação e que continua rolando, sem perspectiva clara de acabar. Naturalmente, ninguém gosta do que está acontecendo, desse eterno anúncio da morte clínica do Brasil.
Certos jornalistas despudorados — espécie que predomina na revista Veja — fazem do abuso da paciência alheia sua plataforma política contra os dirigentes com responsabilidade de tomar decisões no país, contra as empresas sérias ou, simplesmente, contra o cidadão que tem de sair de casa todos os dias para trabalhar.
Na impossibilidade de dialogar com esse mundo real, esses jornalistas despudorados optam por vergastar o governo com sarcasmo e opiniões corrosivas.
Augusto Nunes e sua molecagem com o Blog da Dilma é o melhor exemplo desse mundo rarefeito.
Sem o chão firme para se apoiar, ele vai para o delírio — um misto de idiotice e provocação, como neste texto. Augusto Nunes passa recibo para a constatação de que o mundo real olha para o caixa, para o mercado e para o emprego enquanto a mídia é algo que se pode ler, ver e ouvir para deplorar. Ela é como arquibancada em jogo de futebol, que fica vaiando o juiz mas não influi no resultado.
A mídia vive em atividade política absolutamente frenética — mas, no fundo, não é capaz de fazer acontecer nada. O país real sabe muito bem disso, por experiência e intuição, e, como nenhuma de suas necessidades básicas está sendo tratada nas páginas dos jornais e revistas, no rádio e na televisão, tenta colocar o foco no que realmente pode fazer diferença: o dinamismo do governo.
A visão de fora do Brasil é muito similar. Neste final de ano, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser lembrado como o cara que assombra o mundo.
E, aí, o fio condutor do debate é a lista de prós e contras que a situação do país oferece.
O Brasil de hoje, de modo geral, mostra o proverbial copo com água pela metade. De um lado, é um ambiente inóspito para uma meia-dúzia de prosélitos de porta de funerária, como Augusto Nunes. De outro, abre portas para o povão, mostrando caminhos nunca antes vistos na história desse país.
Esses adoradores do caos odeiam o Estado que funciona todos os dias, todas as horas, de maneira a facilitar a vida desse povão citado acima. O Bolsa-Família, a transposição das águas do Rio São Francisco, o PAC, os empregos, as rendas — a lista vai por aí afora, e põe afora nisso — tiram dessa gente que a mídia representa as bases que pareciam eternas da estrutura social mentalmente apegada à Colônia.
E gente como Augusto Nunes, que já esgotou seu repertório de asneiras, transforma-se em bocós, como mostra o texto linkado acima. É uma lástima, uma tragédia que gente assim se proponha a debater política. Não tem como. Falta a tradicional compostura que a ocasião exige. Escrito por Osvaldo Bertolino - O Outro lado da Notícia.
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