da Efe, em Lisboa
O cantor Caetano Veloso afirmou que a entrevista na qual teria chamado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "analfabeto" foi uma "edição sensacionalista" da "nova direita", mas declarou ter gostado de "quebrar o tabu" de não criticar o chefe de Estado.
"Há pouco, involuntariamente, quase causei um pequeno escândalo no Brasil por ter aparecido em um jornal dizendo que o presidente é analfabeto", disse Caetano, que neste fim de semana está em Lisboa para várias atividades sobre o Tropicalismo. Caio Guatelli/Folha Imagem
Caetano Veloso, na pré-estreia do documentário sobre ele "Coração Vagabundo"; músico polemiza com Lula
"Realmente, é algo desagradável ver isso escrito na capa de um jornal. Em primeiro lugar, porque não é uma verdade de fato: Lula não é analfabeto. Em segundo, porque este tom se assemelha ao tom grosseiro que tanto me desagrada na nova direita que tem êxito na imprensa do Brasil", afirmou Caetano. O cantor, no entanto, admitiu que "sequer" pensou em corrigir o que lhe pareceu uma "edição sensacionalista" de suas palavras, já que estava "mais interessado" em quebrar o "tabu" de não poder falar mal de Lula, líder com um alto índice de popularidade em seu país. Na entrevista, concedida ao jornal "O Estado de São Paulo", o artista teria chamado Lula de "analfabeto" e mostra sua inclinação por Marina Silva, provável candidata do Partido Verde nas eleições presidenciais do ano que vem.
Originalidade brasileira - Em outro momento de seu discurso na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, Caetano voltou ao assunto do presidente. O cantor comentou que os linguistas brasileiros fazem uma "grande defesa" do modo de falar de Lula, ao qual atribuem uma forte "significação social e histórica". Porém o também compositor disse não compartilhar dessa visão. "O fato de Lula falar assim é uma coisa que (...) os linguistas louvam. Eu me contraponho ao elogio dos linguistas, mas eu mesmo o considero um sinal dessa originalidade brasileira, que vem de sermos portugueses, de termos sido colonizados dessa maneira", acrescentou Caetano. O baiano tornou a falar dos poucos anos de estudo de Lula. Ele comentou que o Brasil é um país peculiar em vários sentidos, inclusive no de escolher um presidente com essas características.
"Eu não me imagino com muita facilidade em outro lugar em que é eleito um presidente que sequer conjuga os artigos com os substantivos", disse. O artista, que discorreu sobre a influência da obra "Mensagem", do poeta português Fernando Pessoa, sobre o movimento Tropicalista, desta vez também elogiou Lula. "Lula é um sujeito idolatrado no Brasil. Ele tem uma carreira política brilhante e está fazendo um governo importante e bom, apesar de haver coisas ruins, mas essas são complicações políticas nas quais eu não quero entrar", disse diplomaticamente o músico baiano.
O cantor Caetano Veloso afirmou que a entrevista na qual teria chamado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "analfabeto" foi uma "edição sensacionalista" da "nova direita", mas declarou ter gostado de "quebrar o tabu" de não criticar o chefe de Estado.
"Há pouco, involuntariamente, quase causei um pequeno escândalo no Brasil por ter aparecido em um jornal dizendo que o presidente é analfabeto", disse Caetano, que neste fim de semana está em Lisboa para várias atividades sobre o Tropicalismo. Caio Guatelli/Folha Imagem
Caetano Veloso, na pré-estreia do documentário sobre ele "Coração Vagabundo"; músico polemiza com Lula
"Realmente, é algo desagradável ver isso escrito na capa de um jornal. Em primeiro lugar, porque não é uma verdade de fato: Lula não é analfabeto. Em segundo, porque este tom se assemelha ao tom grosseiro que tanto me desagrada na nova direita que tem êxito na imprensa do Brasil", afirmou Caetano. O cantor, no entanto, admitiu que "sequer" pensou em corrigir o que lhe pareceu uma "edição sensacionalista" de suas palavras, já que estava "mais interessado" em quebrar o "tabu" de não poder falar mal de Lula, líder com um alto índice de popularidade em seu país. Na entrevista, concedida ao jornal "O Estado de São Paulo", o artista teria chamado Lula de "analfabeto" e mostra sua inclinação por Marina Silva, provável candidata do Partido Verde nas eleições presidenciais do ano que vem.
Originalidade brasileira - Em outro momento de seu discurso na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, Caetano voltou ao assunto do presidente. O cantor comentou que os linguistas brasileiros fazem uma "grande defesa" do modo de falar de Lula, ao qual atribuem uma forte "significação social e histórica". Porém o também compositor disse não compartilhar dessa visão. "O fato de Lula falar assim é uma coisa que (...) os linguistas louvam. Eu me contraponho ao elogio dos linguistas, mas eu mesmo o considero um sinal dessa originalidade brasileira, que vem de sermos portugueses, de termos sido colonizados dessa maneira", acrescentou Caetano. O baiano tornou a falar dos poucos anos de estudo de Lula. Ele comentou que o Brasil é um país peculiar em vários sentidos, inclusive no de escolher um presidente com essas características.
"Eu não me imagino com muita facilidade em outro lugar em que é eleito um presidente que sequer conjuga os artigos com os substantivos", disse. O artista, que discorreu sobre a influência da obra "Mensagem", do poeta português Fernando Pessoa, sobre o movimento Tropicalista, desta vez também elogiou Lula. "Lula é um sujeito idolatrado no Brasil. Ele tem uma carreira política brilhante e está fazendo um governo importante e bom, apesar de haver coisas ruins, mas essas são complicações políticas nas quais eu não quero entrar", disse diplomaticamente o músico baiano.
3 comentários:
O Caetano quer é aparecer.
Antônio
Ora, o Caetano quer mesmo é aparecer.
O Caetano bem que poderia ser mais honesto e dizer que dialoga com Marcos Bagno e Sírio Possenti, né?
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