Estratégia de associar ministra às realizações do presidente é eficiente, dizem cientistas políticos
GUSTAVO URIBE - Agencia Estado
Segundo especialistas, Dilma pode alcançar 30% das intenções de voto até junho
SÃO PAULO - A estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de associar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, às suas realizações de governo tem rendido dividendos eleitorais à pré-candidata petista à sucessão no Palácio do Planalto, subindo nas pesquisas de intenção de voto. É o que apontam cientistas políticos entrevistados neste domingo, 20, pela Agência Estado.
De acordo com eles, a última pesquisa Datafolha - que mostra queda na diferença porcentual entre Dilma e o virtual candidato tucano à disputa, o governador de São Paulo, José Serra, - sinaliza que a ministra, atualmente oscilando entre 19% e 23% das intenções de voto, pode chegar ao patamar dos 30% até junho do ano que vem.
O cientista político Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Consciente, creditou à "superexposição da ministra" o seu crescimento nas pesquisas eleitorais. Desde setembro deste ano, o PT mobiliza um aparato para alavancar a pré-candidatura de Dilma, como a criação de um canal online de comunicação e a construção de um estúdio de TV no prédio que abriga a sua sede nacional, em Brasília. "A Dilma é candidatíssima desde o início do ano. Não perde um evento com o Lula e é estrela das inserções televisivas do PT", afirmou. "É bem provável que ela chegue aos 30% até o início das eleições, como quer o governo federal", acrescentou.
O mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e consultor do Movimento Voto Consciente Sérgio Praça disse que o salto de Dilma nas últimas pesquisas se deve aos dividendos eleitorais colhidos no último programa partidário do PT, exibido no dia 10 em rede de rádio e TV e centrado nas figuras da pré-candidata e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi feita no programa uma aproximação muito grande entre a ministra e as realizações do presidente Lula", avaliou. "A Dilma tem potencial para crescer ainda mais nas pesquisas, e não por capacidade dela, mas por transferência de popularidade do presidente Lula."
Os especialistas políticos também comentaram as pequenas variações no desempenho de Serra nas últimas sondagens eleitorais. O pré-candidato que vem oscilando pouco entre 37% e 39% das intenções de voto estacionou em relação aos oponentes e está cada vez mais próximo de Dilma, segunda colocada na corrida eleitoral. Para Sérgio Praça, a performance morna de Serra se deve ao fato de o governador paulista não ter admitido a pré-candidatura ao Planalto, ainda que tenha sido impelido a fazê-lo após o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), ter aberto mão da disputa, na quinta-feira. "A demora do Serra em se assumir como candidato tem feito com que muita gente não saiba que ele está no páreo", afirmou.
Marina Silva
Outra pré-candidata cujas intenções de voto têm variado pouco é a senadora Marina Silva (PV-AC). Mesmo com o apoio da ex-senadora e vereadora Heloisa Helena (PSOL) à sua eventual candidatura, a ex-ministra do Meio Ambiente não tem ganhado fôlego nas pesquisas eleitorais, ficando abaixo da marca dos 10%. Sérgio Praça observou que tem atrapalhado o desempenho de Marina a impressão de que sua candidatura é unidimensional, ou seja, pautada apenas no discurso ambiental. "Se ela não desenvolver outros temas, vai terminar as eleições com um porcentual de, no máximo, 15%", disse.
Para Humberto Dantas, Marina Silva é uma pré-candidata ainda desconhecida do grande eleitorado, além de seu partido, o PV, contar com pouco alcance estadual. "Marina será coadjuvante no processo eleitoral, que será centrado em Serra e Dilma", afirmou. "A candidatura dela será uma alternativa aos insatisfeitos com as gestões do PT e do PSDB", acrescentou.
GUSTAVO URIBE - Agencia Estado
Segundo especialistas, Dilma pode alcançar 30% das intenções de voto até junho
SÃO PAULO - A estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de associar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, às suas realizações de governo tem rendido dividendos eleitorais à pré-candidata petista à sucessão no Palácio do Planalto, subindo nas pesquisas de intenção de voto. É o que apontam cientistas políticos entrevistados neste domingo, 20, pela Agência Estado.
De acordo com eles, a última pesquisa Datafolha - que mostra queda na diferença porcentual entre Dilma e o virtual candidato tucano à disputa, o governador de São Paulo, José Serra, - sinaliza que a ministra, atualmente oscilando entre 19% e 23% das intenções de voto, pode chegar ao patamar dos 30% até junho do ano que vem.
O cientista político Humberto Dantas, conselheiro do Movimento Voto Consciente, creditou à "superexposição da ministra" o seu crescimento nas pesquisas eleitorais. Desde setembro deste ano, o PT mobiliza um aparato para alavancar a pré-candidatura de Dilma, como a criação de um canal online de comunicação e a construção de um estúdio de TV no prédio que abriga a sua sede nacional, em Brasília. "A Dilma é candidatíssima desde o início do ano. Não perde um evento com o Lula e é estrela das inserções televisivas do PT", afirmou. "É bem provável que ela chegue aos 30% até o início das eleições, como quer o governo federal", acrescentou.
O mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e consultor do Movimento Voto Consciente Sérgio Praça disse que o salto de Dilma nas últimas pesquisas se deve aos dividendos eleitorais colhidos no último programa partidário do PT, exibido no dia 10 em rede de rádio e TV e centrado nas figuras da pré-candidata e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi feita no programa uma aproximação muito grande entre a ministra e as realizações do presidente Lula", avaliou. "A Dilma tem potencial para crescer ainda mais nas pesquisas, e não por capacidade dela, mas por transferência de popularidade do presidente Lula."
Os especialistas políticos também comentaram as pequenas variações no desempenho de Serra nas últimas sondagens eleitorais. O pré-candidato que vem oscilando pouco entre 37% e 39% das intenções de voto estacionou em relação aos oponentes e está cada vez mais próximo de Dilma, segunda colocada na corrida eleitoral. Para Sérgio Praça, a performance morna de Serra se deve ao fato de o governador paulista não ter admitido a pré-candidatura ao Planalto, ainda que tenha sido impelido a fazê-lo após o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), ter aberto mão da disputa, na quinta-feira. "A demora do Serra em se assumir como candidato tem feito com que muita gente não saiba que ele está no páreo", afirmou.
Marina Silva
Outra pré-candidata cujas intenções de voto têm variado pouco é a senadora Marina Silva (PV-AC). Mesmo com o apoio da ex-senadora e vereadora Heloisa Helena (PSOL) à sua eventual candidatura, a ex-ministra do Meio Ambiente não tem ganhado fôlego nas pesquisas eleitorais, ficando abaixo da marca dos 10%. Sérgio Praça observou que tem atrapalhado o desempenho de Marina a impressão de que sua candidatura é unidimensional, ou seja, pautada apenas no discurso ambiental. "Se ela não desenvolver outros temas, vai terminar as eleições com um porcentual de, no máximo, 15%", disse.
Para Humberto Dantas, Marina Silva é uma pré-candidata ainda desconhecida do grande eleitorado, além de seu partido, o PV, contar com pouco alcance estadual. "Marina será coadjuvante no processo eleitoral, que será centrado em Serra e Dilma", afirmou. "A candidatura dela será uma alternativa aos insatisfeitos com as gestões do PT e do PSDB", acrescentou.
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