terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Partidos de esquerda vão entrar com pedido de impeachment e de CPI contra de Arruda

Do Valor Online
Os partidos de esquerda - PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB - os sindicatos e os movimento sociais vão protocolar amanhã na Câmara Legislativa do Distrito Federal um pedido de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).

Na quinta-feira, o mesmo pedido será feito pela Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF). As legendas vão pedir também a instalação de uma CPI na Casa para investigar o suposto esquema de pagamento de propina para parlamentares aliados. E a abertura de um processo no Conselho de Ética contra o presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), o corregedor Rubem Brunelli (PSC) e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rogério Ulysses (PSB).

Além da reação da oposição, Arruda também perdeu o apoio de todos os partidos que integravam seu governo. PPS, PSB, PDT e PSDB entregaram seus cargos no Executivo. O PSB tinha o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural (Emater-DF), Joel Valle.

O PDT tinha dois cargos: o subsecretário de Trabalho Israel Matos e o secretário de ensino integral, Marcelo Aguiar. O PPS tinha o secretário de saúde, Augusto Carvalho e o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Alírio Neto. E o PSDB, o secretário de Obras, Márcio Machado e de governo, José Humberto.

A OAB iniciou uma mobilização para reunir outras entidades no apoio ao pedido de impeachment de Arruda. O presidente nacional da entidade, Cézar Britto, reuniu-se com o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, de quem obteve apoio imediato. Britto também vai buscar a assinatura da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e de entidades ligadas ao mundo jurídico, como as associações dos Juízes Federais (Ajufe), Brasileira dos Magistrados (AMB), dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), dos Membros do Ministério Público (Conamp).

A OAB quer dar um caráter de mobilização popular ao impeachment, pois sabe que Arruda possui maioria na Câmara Legislativa e são necessários dois terços dos votos naquela Casa para que o pedido seja aceito. Por isso, a busca de apoios diversificados.

"No fundo, não são as entidades que subscrevem o pedido de impeachment", afirmou Britto. "São os cidadãos." Pelas normas da OAB-DF, o pedido de impeachment precisa ser votado por 45 conselheiros da entidade, mas a aprovação é tida como certa por Britto e pela presidente da seccional do DF, Estefânia Viveiros.

"Esse é um assunto que não diz respeito apenas ao Distrito Federal, mas que tem repercussão nacional" , enfatizou Estefânia. "A OAB vai convencer a si mesma a entrar nessa luta", completou Britto. "Todos sabem da gravidade das denúncias contra o governador Arruda, envolvendo vários de seus secretários, de seus parlamentares.

Diante de tais denúncias não poderíamos ter como resposta o silêncio, a inércia. "No encontro com a direção da OAB, Dom Dimas se disse " revoltado" com o fato de o presidente da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente (PMDB) e o corregedor, deputado Júnior Brunelli (PSC), terem rezado para agradecer pelo dinheiro ilícito que receberiam do secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, exonerado após ter colaborado com as investigações, numa espécie de "oração da propina". "Eu lamento que a religião esteja tão banalizada a tal ponto de as pessoas não a verem como serviço a Deus e ao próximo, mas como servir-se da fé e do próximo " , afirmou o líder da CNBB." Isso é uma inversão total de valores" , completou.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) teme que a crise política coloque em risco a autonomia do Distrito Federal. "Poderão achar que a cidade não tem condições para se administrar sozinha e aparecer alguém propondo a perda do direito de elegermos o governador e a Câmara Legislativa", afirmou o senador. Candidato do partido ao governo local, o deputado distrital José Antonio Reguffe cobrou a suspensão de todos os contratos firmados pelo GDF com as empresas envolvidas no escândalo de corrupção.

No Ministério Público, as investigações estão sendo coordenadas pela procuradora Raquel Dodge. Ela afirmou que o inquérito está numa fase inicial. "As buscas foram importantes e o momento é o de esperar pela análise do material apreendido, na sexta-feira, para ver qual encaminhamento será dado", disse.

Em nota, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, cujo presidente está na linha sucessória do governador, informou que está acompanhando "os acontecimentos envolvendo os poderes constituídos do Distrito Federal". "Todas as denúncias efetivadas pelo Ministério Público com relação aos fatos noticiados foram analisadas e recebidas pelo Conselho Especial do Tribunal. Nesse sentido, com serenidade e seriedade o Poder Judiciário local cumprirá rigorosamente a Carta Magna " , diz a nota. A AMB afirmou que espera que as " graves denúncias sejam rigorosamente apuradas e, uma vez confirmadas, os eventuais culpados sejam exemplarmente punidos" . (Paulo de Tarso Lyra e Juliano Basile Valor. Colaborou Cristiane Agostine)

Um comentário:

Anônimo disse...

Isto é realmente um mensalão do DEM pois tem provas filmadas e ainda tem depoimento de testemunhas.
Este mensalão mostra claramente quem são as pessoas que compôem os partidos de oposição DEM/PSDB que sempre estão tentando atrapalhar o coverno LULA porque este tem compromisso com o povo e a economia do pais.
Fora Demo/Psdbestas.