Agencia Estado -
FELIPE RECONDO -
Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Caixa de Pandora, divulgados pela edição desta semana da revista Época, complicam a já conturbada situação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), investigado por supostamente ter montado um esquema de corrupção no governo.
Entre os papéis, estão uma agenda apreendida na casa de Fábio Simão, chefe de gabinete de Arruda, presidente da Federação Brasiliense de Futebol e, até descoberto o escândalo, coordenador dos preparativos na cidade para a Copa do Mundo de 2014. Dentre as anotações, uma refere-se diretamente ao governo e data de 22 de janeiro de 2007: "R$ 17.700 Arruda".
Em outro documento, apreendido na residência oficial do governo em Águas Claras, guardado num envelope que seria destinado a Fábio Simão, com data de 23 de novembro de 2009, anotações que tratariam de partilha de recursos: "1 - chefão 400, 2 - Dep Charles 100, 3 - Pesque Pague 800 e 4 - Brazlândia 1500".
De acordo com a reportagem, na casa e no gabinete de outro auxiliar de Arruda, Domingos Lamoglia, conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, afastado depois de revelado o escândalo, a PF apreendeu um livro-caixa, agendas e papéis com nomes e iniciais de políticos sempre com números anotados ao lado, que seriam valores da suposta propina.
Os pagamentos foram separados em dois grupos: "Pessoais" e "Política". Na coluna "Pessoais" está, por exemplo, a anotação "Severo = 450". Seria uma referência a Severo de Araújo Dias, dono do haras Sparta. A PF investiga se o real proprietário desse haras é José Roberto Arruda.
Em depoimento à subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, Durval Barbosa, ex-secretário do governo e pivô do escândalo, afirmou que o haras foi comprado pelo governador para presentear a mulher, Flávia Arruda.
Os papeis em posse da PF indicam ainda, conforme a reportagem, a existência de dossiês feitos pelos secretários de Arruda para serem usados em eventuais disputas internas no governo do DF. Os relatórios descreveriam casos de corrupção em várias secretarias e estatais. Em um deles, apreendido na casa de Lamoglia, há a informação de que a Polícia Civil fazia grampos para monitorar simpatizantes do ex-governador Joaquim Roriz com cargos na administração Arruda.
O autor do dossiê apócrifo recomenda, no documento, cuidado às autoridades, pois Arruda e o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), teriam sido flagrados nesses grampos em conversas sobre a concessão de lotes a empresas.
FELIPE RECONDO -
Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Caixa de Pandora, divulgados pela edição desta semana da revista Época, complicam a já conturbada situação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), investigado por supostamente ter montado um esquema de corrupção no governo.
Entre os papéis, estão uma agenda apreendida na casa de Fábio Simão, chefe de gabinete de Arruda, presidente da Federação Brasiliense de Futebol e, até descoberto o escândalo, coordenador dos preparativos na cidade para a Copa do Mundo de 2014. Dentre as anotações, uma refere-se diretamente ao governo e data de 22 de janeiro de 2007: "R$ 17.700 Arruda".
Em outro documento, apreendido na residência oficial do governo em Águas Claras, guardado num envelope que seria destinado a Fábio Simão, com data de 23 de novembro de 2009, anotações que tratariam de partilha de recursos: "1 - chefão 400, 2 - Dep Charles 100, 3 - Pesque Pague 800 e 4 - Brazlândia 1500".
De acordo com a reportagem, na casa e no gabinete de outro auxiliar de Arruda, Domingos Lamoglia, conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, afastado depois de revelado o escândalo, a PF apreendeu um livro-caixa, agendas e papéis com nomes e iniciais de políticos sempre com números anotados ao lado, que seriam valores da suposta propina.
Os pagamentos foram separados em dois grupos: "Pessoais" e "Política". Na coluna "Pessoais" está, por exemplo, a anotação "Severo = 450". Seria uma referência a Severo de Araújo Dias, dono do haras Sparta. A PF investiga se o real proprietário desse haras é José Roberto Arruda.
Em depoimento à subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, Durval Barbosa, ex-secretário do governo e pivô do escândalo, afirmou que o haras foi comprado pelo governador para presentear a mulher, Flávia Arruda.
Os papeis em posse da PF indicam ainda, conforme a reportagem, a existência de dossiês feitos pelos secretários de Arruda para serem usados em eventuais disputas internas no governo do DF. Os relatórios descreveriam casos de corrupção em várias secretarias e estatais. Em um deles, apreendido na casa de Lamoglia, há a informação de que a Polícia Civil fazia grampos para monitorar simpatizantes do ex-governador Joaquim Roriz com cargos na administração Arruda.
O autor do dossiê apócrifo recomenda, no documento, cuidado às autoridades, pois Arruda e o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), teriam sido flagrados nesses grampos em conversas sobre a concessão de lotes a empresas.
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