segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lula diz que Roraima deve crescer sem desrespeitar direito dos índios

Presidente disse que indígenas agradeceram um ano da demarcação. Entretanto, Lula conta que eles cobraram melhores condições de vida. Do G1, em São Paulo
Lula participa de cerimônia na reserva Raposo Serra do Sol (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira (19) da celebração de um ano de demarcação da reserva Raposo Serra do Sol. Lula defendeu em discurso que o estado de Roraima possa experimentar o crescimento econômico sem afetar o direito dos índios. "Que o estado cresça sem tirar o direito de o índio viver tal como ele queira viver."
O presidente afirmou que evitou visitar o estado antes por causa dos conflitos entre os que apoiam e aqueles que são contrários à demarcação das terras indígenas. Ele ressaltou que acredita que a terra é por direito dos índios, mas que seu governo agiu dentro da legalidade e lutou pela demarcação na Justiça. "Nós não queríamos brigar com ninguém", disse, afirmando que o governo poderia ter usado a força na solução do conflito, mas preferiu a solução negociada. Lula afirmou ainda que recebeu pedidos dos índios para que sejam melhoradas as condições de vida na região. "A gente começa a descobrir que os índios estão muito mais sabidos do que a gente pensa", disse.

'Mais bravos guerreiros'
Relembrando a luta pela demarcação de Raposa Serra do Sol, o presidente afirmou que os povos indígenas da região talvez sejam "os mais bravos guerreiros que este país já conheceu" e que enfrentaram uma "guerra desigual". "Tiveram 21 líderes assassinados sem que os assassinos fossem punidos, mas venceram. E venceram sem revidar nenhum gesto de violência. Os inimigos deles tinham armas de fogo, poder econômico e político, mas eles não sabiam que os nossos índios possuem armas ainda mais poderosas: o espírito de luta, a união e a proteção de seus ancestrais.". Lula também mencionou o alcoolismo entre os índios e afirmou que esta foi uma "forma cruel de dominação imposta por aqueles que ocuparam ilegalmente as suas terras".

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