A lógica de Akiaboro – Antonio Delfim Netto
É interessante continuar a discutir as questões sobre o entorno da construção de Belo Monte por muitas razões, a primeira delas porque permite conhecer as inconsistências (e muitas vezes as falcatruas) que embasavam os argumentos contrários à obra. Ninguém pode negar que são legítimas as preocupações em relação à preservação do meio ambiente e que muitas pessoas ou organizações que se dedicam à causa ambientalista ajudam a formar uma espécie de consciência sobre os cuidados que o uso da natureza merece receber de toda a sociedade.
Chegou a hora, no entanto, de distinguir com clareza os fatos, que podem ser razoavelmente verificados, do ruído ensurdecedor produzido pela picaretagem organizada muldiamente para impedir que o Brasil utilize o seu potencial de oferta da energia limpa para continuar a se desenvolver sem destruir o ambiente ou aumentar a poluição da humanidade. É contra esse modelo inédito que se unem as oportunistas ONGs nacionais com suas mídias e a maioria dos estrangeiros (agora com recursos de 3D!) provavelmente tentando limpar a sujeira de seus passados, convenientemente turbinadas pelo tilintar dos euros e dólares que recebem de cofres alienígenas...
É uma grande tristeza acompanhar quase diariamente o festival de besteiras que nossa mídia reproduz sem avaliar a sua procedência, nem tentar apurar um pouco melhor os motivos das iniciativas de algumas dessas ONGs que mais corretamente deveriam ser reconhecidas como ENGs (de enganação, mesmo). Devo reconhecer que não sou, nem de longe, um especialista nessas questões que tratam da preservação do meio ambiente e da necessidade de reduzir o chamado efeito estufa. Respeito, por isso, e procuro compreender as preocupações dos ambientalistas que propõem uma discussão sobre o que já se conhece dos caminhos do desenvolvimento sustentável e das formas de utilização da energia que cause menores estragos ao hábitat. O Brasil realizou obras magníficas em que o respeito à natureza serve de exemplo: Itaipu é uma demonstração desse cuidado, reconhecido por todas as organizações ambientalistas sérias do mundo.
Recomendaria aos brasileiros de boa-fé que aproveitem as boas oportunidades que o crescimento do turismo interno está oferecendo para agendar uma visita não somente a Itaipu. Existe mais de uma dezena de usinas no Sudeste e Centro-Oeste brasileiros, no Rio Grande, nos Rios Paraná e Tietê (apenas para lembrar as que foram erguidas nos últimos 30 anos0 que merecem a viagem e fornecem algumas lições de proteção ambiental que não existem em outras nações que se desenvolveram como nós. Os cuidados tomados nos estudos para o aproveitamento hidrelétrico no Xingu quanto à proteção ambiental são de melhor natureza ainda e deverão surpreender o mundo.
Precisamos nos proteger, realmente, é da crença que todo figurão que nos visita é portador de uma ciência superior sobre as questões ambientais. Alguns brasileiros desavisados costumam dar muita atenção às lições que esses personagens nos trazem. Aprenderíamos um pouco mais prestando atenção à nossa própria gente, talvez em sua grande simplicidade, mas de lógica inegável. Esta semana, o grande chefe Akiaboro, cacique dos índios caiapó, no Xingu, usou de sua inteligência e bom senso para acalmar as aldeias que estavam se deixando influenciar pelos cantos de guerra contra a nação brasileira: convocou os caciques de outras nove etnias da região para se reunir e deliberar antes de exigir um encontro com o grande chefe branco, Lula, de quem ele recebeu promessa de audiência.
Com a sua lógica transparente, Lula disse que “o que falta é convencer os índios de que eles são brasileiros...”. O objetivo – disse Akiaboro aos demais – é “evitar ir à guerra, que será muito ruim, pois haverá muitos mortos”. E, quando cobrado para uma ação mais enérgica e imediata contra a Funai (que os teria traído), o grande cacique convenceu os demais com sua lógica simples: “A Funai não pode falar pelos índios. Ela concordou com a construção de Belo Monte porque é um órgão do governo e não vai brigar contra ela mesma”. Enviado para o Blog da Dilma pelo Correspondente Amorim - São Paulo/SP.
É interessante continuar a discutir as questões sobre o entorno da construção de Belo Monte por muitas razões, a primeira delas porque permite conhecer as inconsistências (e muitas vezes as falcatruas) que embasavam os argumentos contrários à obra. Ninguém pode negar que são legítimas as preocupações em relação à preservação do meio ambiente e que muitas pessoas ou organizações que se dedicam à causa ambientalista ajudam a formar uma espécie de consciência sobre os cuidados que o uso da natureza merece receber de toda a sociedade.
Chegou a hora, no entanto, de distinguir com clareza os fatos, que podem ser razoavelmente verificados, do ruído ensurdecedor produzido pela picaretagem organizada muldiamente para impedir que o Brasil utilize o seu potencial de oferta da energia limpa para continuar a se desenvolver sem destruir o ambiente ou aumentar a poluição da humanidade. É contra esse modelo inédito que se unem as oportunistas ONGs nacionais com suas mídias e a maioria dos estrangeiros (agora com recursos de 3D!) provavelmente tentando limpar a sujeira de seus passados, convenientemente turbinadas pelo tilintar dos euros e dólares que recebem de cofres alienígenas...
É uma grande tristeza acompanhar quase diariamente o festival de besteiras que nossa mídia reproduz sem avaliar a sua procedência, nem tentar apurar um pouco melhor os motivos das iniciativas de algumas dessas ONGs que mais corretamente deveriam ser reconhecidas como ENGs (de enganação, mesmo). Devo reconhecer que não sou, nem de longe, um especialista nessas questões que tratam da preservação do meio ambiente e da necessidade de reduzir o chamado efeito estufa. Respeito, por isso, e procuro compreender as preocupações dos ambientalistas que propõem uma discussão sobre o que já se conhece dos caminhos do desenvolvimento sustentável e das formas de utilização da energia que cause menores estragos ao hábitat. O Brasil realizou obras magníficas em que o respeito à natureza serve de exemplo: Itaipu é uma demonstração desse cuidado, reconhecido por todas as organizações ambientalistas sérias do mundo.
Recomendaria aos brasileiros de boa-fé que aproveitem as boas oportunidades que o crescimento do turismo interno está oferecendo para agendar uma visita não somente a Itaipu. Existe mais de uma dezena de usinas no Sudeste e Centro-Oeste brasileiros, no Rio Grande, nos Rios Paraná e Tietê (apenas para lembrar as que foram erguidas nos últimos 30 anos0 que merecem a viagem e fornecem algumas lições de proteção ambiental que não existem em outras nações que se desenvolveram como nós. Os cuidados tomados nos estudos para o aproveitamento hidrelétrico no Xingu quanto à proteção ambiental são de melhor natureza ainda e deverão surpreender o mundo.
Precisamos nos proteger, realmente, é da crença que todo figurão que nos visita é portador de uma ciência superior sobre as questões ambientais. Alguns brasileiros desavisados costumam dar muita atenção às lições que esses personagens nos trazem. Aprenderíamos um pouco mais prestando atenção à nossa própria gente, talvez em sua grande simplicidade, mas de lógica inegável. Esta semana, o grande chefe Akiaboro, cacique dos índios caiapó, no Xingu, usou de sua inteligência e bom senso para acalmar as aldeias que estavam se deixando influenciar pelos cantos de guerra contra a nação brasileira: convocou os caciques de outras nove etnias da região para se reunir e deliberar antes de exigir um encontro com o grande chefe branco, Lula, de quem ele recebeu promessa de audiência.
Com a sua lógica transparente, Lula disse que “o que falta é convencer os índios de que eles são brasileiros...”. O objetivo – disse Akiaboro aos demais – é “evitar ir à guerra, que será muito ruim, pois haverá muitos mortos”. E, quando cobrado para uma ação mais enérgica e imediata contra a Funai (que os teria traído), o grande cacique convenceu os demais com sua lógica simples: “A Funai não pode falar pelos índios. Ela concordou com a construção de Belo Monte porque é um órgão do governo e não vai brigar contra ela mesma”. Enviado para o Blog da Dilma pelo Correspondente Amorim - São Paulo/SP.
2 comentários:
Cortem a cabeça da RAINHA VERMELHA...
TEM ALGO ESTRANHO NESTA CAMPANHA
Carlos Lindenberg - do Jornal Hoje em Dia
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/carlos-lindenberg-1.12112/tem-algo-estranho-nesta-campanha-1.113024
Há alguma coisa estranha nesta fase da pré-campanha eleitoral. A candidata do PT, Dilma Rousseff, fala uma coisa, e o que vai ao ar é outra. E o que ela não falou vira verdade. Já com o candidato José Serra, do PSDB, acontece o contrário. Ele comete uma gafe, e o que prevalece é a versão maquiada dessa gafe, quando todos correm a acudi-lo. Faz algum tempo, Dilma veio a Belo Horizonte e disse aqui que não via nada de estranho se alguém votasse nela e no governador Antonio Anastasia, até porque ninguém tem o controle do voto do eleitor. Ficou a versão de que Dilma defendeu, em Belo Horizonte, o voto 'Dilmasia', uma heresia para os seus críticos. Mas Dilma não defendeu o voto 'Dilmasia', brincou com ele e até disse que, talvez, ficasse melhor o 'Anastadilma'. Uma brincadeira que foi transformada em verdade - e olha que, ao lado dela, estavam dois pretendentes do PT ao Palácio da Liberdade, que, se fosse verdade, seriam os primeiros a reagir.
Pois bem. Neste final de semana passado, o ex-governador José Serra estava em Santa Catarina, numa festa religiosa, e, ao falar sobre o tabagismo, talvez estimulado pelo ambiente, disse que o "fumante é um homem sem Deus". Ah, pra quê! Antes mesmo que a bobagem dita pelo presidenciável caísse no conhecimento geral, correram todos - os mesmos que crucificaram Dilma - a explicar que não foi bem assim, que o ex-governador foi mal- interpretado e até providenciaram para os arautos mais fiéis uma degravação do que Serra teria dito. Duas bobagens, a rigor, tanto a de Serra como a Dilma, se verdadeiras. Mas aí o que não foi dito ficou como dito, e o que teria sido dito passou como não dito.
Mas tem alguma coisa estranha nisso. No dia 1º de Maio, o presidente Lula compareceu à festa das centrais sindicais, em São Paulo, e lá fez discurso para dizer que o seu sucessor deverá fazer melhor do que ele. A ex-ministra Dilma Rousseff estava do seu lado. Lula não falou o nome dela. Mas foi o bastante para, no mesmo dia, anunciarem que a oposição iria entrar na Justiça contra o presidente Lula por propaganda fora de hora. De fato, a oposição entrou na Justiça, e não só pela suposta propaganda fora de hora, mas alegando também que os sindicatos fizeram uma festa com dinheiro público e que a festa se transformou em palanque eleitoral. Ocorre que, na tal festa religiosa em Santa Catarina, em Camboriú, mais precisamente, o poder público teria também financiado o encontro, porque prefeituras administradas pelo PSDB repassaram dinheiro para a festa que teve o candidato tucano como estrela principal. E ninguém havia piado até o início da noite de ontem, 48 horas depois do encontro, sobre a suposta ilegalidade do candidato tucano.
Mas por aí se vê que está havendo, na pré-corrida presidencial, "dois pesos e duas medidas" para os mesmos fatos. Tudo o que a candidata do PT fala ou faz é alvo de críticas por vezes exacerbadas. Quanto ao seu oponente, até parece que ele nem existe como tal, dada a lhaneza de tratamento que lhe dispensam os que cobrem a pré-campanha eleitoral. Agora mesmo, já começa a cristalizar na grande mídia a ideia de que tudo o que a candidata Dilma Rousseff faz ou fala é errado. Por esse ângulo, Dilma já deveria desistir da candidatura enquanto é tempo. Até sua visita ao túmulo de Tancredo, que ninguém da família reclamou, até porque o túmulo está disposto à visitação pública, virou pecado mortal. Já falam de suas roupas, da inconveniência das cores que usa, dos modelos inadequados que veste e por aí afora.
(continua ...)
Postado em 4 de Maio, 2010
Postar um comentário