Em conversa que manteve com José Serra na noite passada, Fernando Henrique Cardoso aconselhou o presidenciável tucano a rever a escolha de seu vice.
FHC reunira-se horas antes, num hotel de São Paulo, com integrantes da cúpula do DEM. Recolheu objeções à indicação do tucano Álvaro Dias.
Rodrigo Maia, Jorge Bornhausen e Agripino Maia despejaram diante de FHC um discurso bem ensaiado. Evitaram o uso de vocábulos como rompimento e veto.
Porém, deixaram claro que faltou método à escolha de Álvaro Dias. Ficou entendido que, excluído do processo, o DEM sairia humilhado se o aceitasse.
Na expressão de Agripino Maia, líder do DEM no Senado, era preciso “zerar o jogo”, reabrindo a negociação.
Presidente de honra do DEM, Bornhausen levou à mesa um episódio ocorrido há três meses. Envolveu Pimenta da Veiga (PSDB-MG), ex-ministro de FHC.
Bornhausen contou que, ao ser informado de que o nome de Pimenta era cogitado para ocupar a vice de Serra, tocou o telefone para ele.
Perguntou a Pimenta se estava mesmo “no páreo”. Ouviu do interlocutor uma resposta negativa. Lamentou.
Segundo o relato feito a FHC, Bornhausen disse a Pimenta que, mercê das boas relações que mantém com o DEM, seu nome seria uma boa alternativa.
O caso foi rememorado a pretexto de esclarecer a FHC que, embora preferisse a escolha de um vice de seus quadros, o DEM não se opunha à chamada chapa “puro-sangue”, só de tucanos.
O que o parceiro do PSDB não digere é o fato de o nome de Álvaro Dias lhe ter sido apresentado como um prato feito.
Pior: o DEM soube do desfecho por meio de uma mensagem levada ao micro-blog por Roberto Jefferson, presidente do PTB.
Acionado por Serra para dobrar a tribo ‘demo’, FHC saiu da reunião convencido de que Álvaro Dias tornara-se um problema, não uma solução. Levou suas apreensões a Serra.
Pelo telefone, um dos mandachuvas do DEM foi informado, no início da madrugada desta quarta (30), que FHC aconselhara a Serra a revisão da escolha.
Esperava-se que Serra abrisse mão de Álvaro Dias antes do raiar do Sol. Algo que não havia ocorrido até o horário em que esse texto foi redigido: 2h40.
Além de FHC, participaram da reunião com os 'demos' outros dois tucanos: o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido na Câmara, João Almeida (BA).
À noite, já em Brasília, Rodrigo Maia avistou-se com parlamentares do DEM. Relatou o teor da conversa inconclusiva de São Paulo.
A despeito de arrostar uma gripe que evoluíra para a febre, o presidente do DEM disse que ficaria de prontidão na madrugada, à espera de novidades.
Trava-se uma corrida contra o relógio. O DEM realiza nesta quarta sua convenção nacional. O edital de convocação prevê o início para as 8h e o término para as 13h.
Deve começar mais tarde. E quanto ao encerramento? “Posso empurrar a convenção até a meia-noite”, disse Rodrigo aos seus pares.
Pela lei, a definição do partido não pode passar de hoje. Nas palavras de Rodrigo, “se possível”, o DEM vai ratificar a coligação com Serra.
Sob o condicional, esconde-se um par de desejos do DEM: 1) que Serra abra mão de Álvaro Dias; 2) que escolha, “se possível”, um vice 'demo'.
No final da noite, o ministro petista Alexandre Padilha, coordenador político de Lula, levou ao micro-blog uma má notícia para Serra. Anotou:
“Agora já posso falar. Quero parabenizar o senador Osmar Dias pela decisão de ser candidato a governador no Paraná. Agora SOMOS TODOS OSMAR!!!”
Filiado ao PDT, Osmar Dias dizia, até a véspera: se o irmão Álvaro Dias fosse confirmado na vice de Serra, disputaria o Senado coligado com o PSDB-PR.
Mudou de ideia depois de uma conversa com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), mandachuva do PDT. Osmar vai à corrida pelo governo paranaense coligado ao PT e ao PMDB.
Serra optara por Álvaro Dias sob a alegação de que, com ele, atraía Osmar e implodia o palanque de Dilma Rousseff no Paraná. O argumento virou pó.
Se refugar o conselho de FHC, o presidenciável tucano talvez não perca o horário de TV do DEM. Mas terá do seu lado um “aliado” absolutamente desmotivado.
FHC reunira-se horas antes, num hotel de São Paulo, com integrantes da cúpula do DEM. Recolheu objeções à indicação do tucano Álvaro Dias.
Rodrigo Maia, Jorge Bornhausen e Agripino Maia despejaram diante de FHC um discurso bem ensaiado. Evitaram o uso de vocábulos como rompimento e veto.
Porém, deixaram claro que faltou método à escolha de Álvaro Dias. Ficou entendido que, excluído do processo, o DEM sairia humilhado se o aceitasse.
Na expressão de Agripino Maia, líder do DEM no Senado, era preciso “zerar o jogo”, reabrindo a negociação.
Presidente de honra do DEM, Bornhausen levou à mesa um episódio ocorrido há três meses. Envolveu Pimenta da Veiga (PSDB-MG), ex-ministro de FHC.
Bornhausen contou que, ao ser informado de que o nome de Pimenta era cogitado para ocupar a vice de Serra, tocou o telefone para ele.
Perguntou a Pimenta se estava mesmo “no páreo”. Ouviu do interlocutor uma resposta negativa. Lamentou.
Segundo o relato feito a FHC, Bornhausen disse a Pimenta que, mercê das boas relações que mantém com o DEM, seu nome seria uma boa alternativa.
O caso foi rememorado a pretexto de esclarecer a FHC que, embora preferisse a escolha de um vice de seus quadros, o DEM não se opunha à chamada chapa “puro-sangue”, só de tucanos.
O que o parceiro do PSDB não digere é o fato de o nome de Álvaro Dias lhe ter sido apresentado como um prato feito.
Pior: o DEM soube do desfecho por meio de uma mensagem levada ao micro-blog por Roberto Jefferson, presidente do PTB.
Acionado por Serra para dobrar a tribo ‘demo’, FHC saiu da reunião convencido de que Álvaro Dias tornara-se um problema, não uma solução. Levou suas apreensões a Serra.
Pelo telefone, um dos mandachuvas do DEM foi informado, no início da madrugada desta quarta (30), que FHC aconselhara a Serra a revisão da escolha.
Esperava-se que Serra abrisse mão de Álvaro Dias antes do raiar do Sol. Algo que não havia ocorrido até o horário em que esse texto foi redigido: 2h40.
Além de FHC, participaram da reunião com os 'demos' outros dois tucanos: o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido na Câmara, João Almeida (BA).
À noite, já em Brasília, Rodrigo Maia avistou-se com parlamentares do DEM. Relatou o teor da conversa inconclusiva de São Paulo.
A despeito de arrostar uma gripe que evoluíra para a febre, o presidente do DEM disse que ficaria de prontidão na madrugada, à espera de novidades.
Trava-se uma corrida contra o relógio. O DEM realiza nesta quarta sua convenção nacional. O edital de convocação prevê o início para as 8h e o término para as 13h.
Deve começar mais tarde. E quanto ao encerramento? “Posso empurrar a convenção até a meia-noite”, disse Rodrigo aos seus pares.
Pela lei, a definição do partido não pode passar de hoje. Nas palavras de Rodrigo, “se possível”, o DEM vai ratificar a coligação com Serra.
Sob o condicional, esconde-se um par de desejos do DEM: 1) que Serra abra mão de Álvaro Dias; 2) que escolha, “se possível”, um vice 'demo'.
No final da noite, o ministro petista Alexandre Padilha, coordenador político de Lula, levou ao micro-blog uma má notícia para Serra. Anotou:
“Agora já posso falar. Quero parabenizar o senador Osmar Dias pela decisão de ser candidato a governador no Paraná. Agora SOMOS TODOS OSMAR!!!”
Filiado ao PDT, Osmar Dias dizia, até a véspera: se o irmão Álvaro Dias fosse confirmado na vice de Serra, disputaria o Senado coligado com o PSDB-PR.
Mudou de ideia depois de uma conversa com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), mandachuva do PDT. Osmar vai à corrida pelo governo paranaense coligado ao PT e ao PMDB.
Serra optara por Álvaro Dias sob a alegação de que, com ele, atraía Osmar e implodia o palanque de Dilma Rousseff no Paraná. O argumento virou pó.
Se refugar o conselho de FHC, o presidenciável tucano talvez não perca o horário de TV do DEM. Mas terá do seu lado um “aliado” absolutamente desmotivado.
Blog do Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário