O mundo, principalmente os investidores, capitalistas, políticos [conservadores], estavam, durante as eleições de 2002 e após a escolha de Lula para assumir a Faixa Presidencial, apreensivos. Ora, um operário que almejava um cargo executivo de suma importância, com características esquerdistas e revolucionárias, substituir um Sociólogo com a titulação de FHC, que trouxe a "estabilidade" com o Plano Real? Que competência teria ele? Que loucuras ele não faria com o Brasil? Mas todo o gelo foi quebrado quando o petista, utilizando-se de sua característica própria dos políticos, conseguiu surpreender a todos. O país cresceu, se impôs na política mundial, brigou por espaços os quais não eram, muitas vezes, abertos: o Brasil botou a boca no microfone e assume um papel importante no cenário mundial. Pois bem, depois disso, o mundo quer a continuação de um governo sólido, aceito pela população (75% de aprovação é muita coisa!), democrático e compromissado com o todo. A proposta de Dilma é, convenhamos, a de continuação desse governo: alguém duvida?
Porque o POVO quer DILMA...
Insisto em enfatizar, com segurança, que [a campanha] Dilma é sustentada, até o momento, pelo boa gestão de Lula, algo inegável. Acredito, sim, que após a COPA e com uma maior exposição a candidata petista assuma uma posição particular, menos tímida e dependente do presidente, mas o meu intuito é fazer uma retrospectiva, aqui, e considerar os feitos anteriores como base para o prosseguimento da próxima gestão.
Na elaboração da Constituição Cidadã de 1988, após a retomada por completa do regime democrático, suprimido pela "Revolução de 1964", foi contemplado, em seu primeiro artigo, um dos fundamentos da República Federativa: a dignidade da pessoa humana. Sem o aprofundamento filosófico necessário à compreensão o que seria essa dignidade da pessoa humana, colocando-a, aqui, [quase que um Tipo Ideal¹]como a plenitude das liberdades, direitos e deveres do cidadão, acredito que o propósito do governo Lula, ainda que exista um interesse político demagógico, se aproxima da "concessão" e efetivação dessa dignidade. As políticas afirmativas e assistencialistas, tão em voga nesta gestão, a meu ver, traz para perto e vivifica esse princípio. Somente proponho que após certo tempo, à medida que a inserção, tanto no caso das políticas afirmativas como no das assistencialistas, forem efetivados, novas formas de políticas para melhoria educacional e social sejam elaboradas, não fazendo desses "benefícios" fonte de voto.
Porque as MULHERES querem...
De forma grosseira, pude observar, ao longo da minha vivência nos últimos meses, que a proposta de uma candidatura feminina agrada as mulheres. Elas se veem no poder, se identificam e acreditam na competência feminina. Ora, é quase que certo que as mulheres apoiem Dilma, diria que 85% delas. É uma tendência [as mulheres no poder] que já pode ser observada internamente - o número de cargos executivos assumidos por mulheres no país cresceu de forma vigorosa - e externamente: experiências como a candidatura de Hillary Clinton e as presidentas Michele Bachelet (Chile) e Cristina Kirchner (Argentina), na América Latina, despertam o olhar e aumentam a vontade de fazer parte dessa tendência.
Por que os EMPRESÁRIOS querem...
Os maiores aprovadores do governo Lula são os empresários. Durante a gestão petista, eles, que estavam aflitos com a possibilidade de estatização e baixo estímulo empresarial e de produção mudaram totalmente a mentalidade medrosa e perceberam que o governo, mais do que atrapalhar, ajudou-os. Ora, hoje a retribuição é certa: o voto na candidata Dilma, além da aprovação e apoio ao presidente.
POR FIM...
Todos os aspectos por mim levantados levam a crer que Lula é o pilar da campanha dilmista. Mas não me assustaria ver que o crescimento da candidata petista nas pesquisas, após certo momento, dê-se de forma autônoma, na medida em que ela mostra uma personalidade forte e de decisão. Algo que é, no momento, ofuscado pela personalidade carismática de Lula e de um bem sucedido governo. O desafio, talvez o único desafio de Dilma, não seja ganhar as Eleições deste ano, porém sair de baixo do "guarda-chuva" de Lula e voar com as próprias asas. Acredito ainda que a "mudança de ares" na política brasileira, num momento de subida de ladeira como esse poderia ser fatal, ainda mais caindo nas mão erradas. E acredite, são muitas as "mãos erradas".
¹ Expressão weberiana para algo idealizado pelo interlocutor, no caso, eu.
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