sexta-feira, 16 de julho de 2010

A COPA É NOSSA


Delúbio Soares (*)

A realização da Copa de 2014 em nosso país será um verdadeiro divisor de águas em nossa história, em diversos setores, especialmente no econômico e no social. Trata-se de oportunidade ímpar de consolidação do Brasil como potência emergente e como Nação que se impõe aos olhos de todo o restante do cenário internacional.

Com sua visão de Estadista o presidente Lula anteviu os benefícios que o Brasil terá com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e lutou por suas realizações em nosso país. Estava coberto de razão e o exemplo sul-africano é eloqüente e incontestável.

Se não temos, ainda, toda a infra-estrutura necessária para a realização daqueles certames, ela já existe em sua maior parte e o que se faz necessário já está sendo alvo dos melhores esforços do governo federal dentro de estrito planejamento estratégico com a participação de toda a estrutura do governo federal e dos Estados nos quais irão se realizar os encontros esportivos de 2014 e 2016.

Devemos encarar 2014 mais do que como a realização de um campeonato mundial de futebol. É um passo seguro na consolidação de nova realidade sócio-econômica, como agora ocorreu com a África do Sul.

Depois de décadas de odioso regime segregacionista, marcado pela chaga do racismo e condenado pelo mundo livre, o país se reencontrou consigo mesmo após o fim do ‘apartheid’, pelas mãos de dois Estadistas, o branco Frederik de Klerk e o extraordinário líder negro Nélson Mandela, fazendo decidida opção pelo regime democrático, integrando o seu povo, superando suas dificuldades, fortalecendo sua economia de mercado e, com a realização bem-sucedida da Copa de 2010, se mostra ao mundo como um país moderno, unido, alegre, bem-sucedido e preparado para o mundo globalizado e competitivo dos nossos dias.

Qual o saldo da Copa 2010 para nossos irmãos sul-africanos? Um crescimento instantâneo de 0,4% do PIB, principalmente na área da construção civil, empregando milhares de operários, especialmente das camadas mais carentes da população; reforma das rodovias e ferrovias; ampliação ou construção de novos aeroportos; apenas na rede de transportes foi realizado um investimento de mais de R$ 2,8 bilhões, com a geração de empregos, impostos e toda uma cadeia produtiva impressionante.

Há um trem que percorre 35 km em 15 minutos, em média. O tempo de percurso entre cidades como Johannesburg e outros grandes centros urbanos foi reduzido em 2/3! Em Soweto, o mítico e libertário bairro dos negros, a passagem foi barateada em torno de R$ 1,40 possibilitando a locomoção de milhares de mais passageiros.

A África do Sul deixou de ser um país distante e misterioso, marcado por um passado de tenebroso racismo. Hoje é uma pátria alegre, de um povo acolhedor e festivo, cujos sons e sorrisos, belezas e riquezas naturais se tornaram conhecidas de todo o mundo, num ganho de custo imensurável. Não houve um senão, um único problema grave, um atentado, um ato dissonante. Os sul-africanos deram ao mundo uma mostra de organização, disciplina e competência organizacional. Só ganharam, e muito, com isso. A República Sul-Africana e todo o continente africano só ganharam com a realização da Copa do Mundo naquele continente rico, injustiçado e ainda pouco conhecido.

Em 2014 será a vez do Brasil. Temos pela frente muito a fazer. Mas, em realidade, já temos a grande base de tudo já pronto. Temos aeroportos e estádios. Eles precisam ser adequados e ampliados. Precisam de investimentos e de modernização. Temos condições, dispomos de capacidade de investimento e de competência técnica e material humano para realizar todas as empreitadas necessárias.

Nossa rede hoteleira é de muito boa qualidade e deverá ser ampliada. O empresariado tem as condições necessárias para isso e a indústria turística a cada ano vem realizando os investimentos necessários para a ampliação da rede receptiva da indústria que mais cresce no mundo. Com a Copa de 2014 em nosso país, atingiremos os maiores índices de visitação jamais alcançados em um país que a cada ano quebra seus próprios recordes no turismo internacional.

Nossas estradas, nossos portos e nossas ferrovias também tem sido alvo da atenção do governo federal e da iniciativa privada. Os problemas existentes serão sanados, mas convém lembrar que eles são praticamente nada se comparados ao que eram quando o presidente Lula recebeu o governo federal sucateado em inícios de 2003. Não há motivos para não crer quer nossas rodovias, especialmente, não posam ligar os principais centros urbanos das regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste de forma satisfatória e segura. Milhões de automóveis irão circular durante a realização da Copa entre as principais capitais do país naquele período, movimentando toda uma indústria ligada à área que vai dos postos de abastecimento aos restaurantes e áreas de serviços diversos.

O Brasil terá uma oportunidade excepcional de mostrar-se ao mundo como já o é: um país moderno, em transformação permanente, competitivo, dos mais ricos do planeta, com um povo que superou suas dificuldades e conquista seu lugar entre os principais países do mundo. Vamos dar mais um passo rumo ao desenvolvimento pleno, revelando ao mundo o país onde, nos últimos sete anos, quase 30 milhões de cidadãos deixaram a pobreza de ingressaram na classe média numa autêntica revolução social pacífica e silenciosa.

A Copa de 2014 no Brasil não será, tão somente, um encontro de Seleções de Futebol no país de craques como Pelé, Garrincha, Didi, Leônidas da Silva, Zagalo, Zico, Ronaldo e outros. A Copa no Brasil não será um gol contra, nem uma falta, nem um pênalti mal cobrado. Nada disso, meus amigos. Será a oportunidade de todo o mundo conhecer, ainda mais, um país que está sendo campeão em tudo o que faz.

(*) Delúbio Soares é professor
http://www.delubio.com.br/



Um comentário:

brazroso disse...

Olá amigos, como diz o ditado: Em time que está ganhando não se mexe, portanto pensemos bem antes das eleições presidenciais, existem falhas? Existem, mas o lado positivo do governo nunca foi tão favorável quanto agora, mudar agora seria para o pior, desde quando privatizar estradas é combater impostos?