Em período eleitoral, os discursos no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, se concentram na disputa política. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) fez uma longo discurso, esta semana, em defesa da candidatura de Dilma Roussef à Presidência da República. E para isso, lançou mão do comparativo entre os governos Lula, que apoia Dilma, e de FHC, representado pelo tucano José Serra. “Sabemos que há diferenças cruciais entre um governo e outro”, destacou a parlamentar. Para a deputada, a diferença crucial e definitiva entre um governo e outro é que “Lula teve a grandeza de contemplar, dentre tantas lideranças, a indicação de uma mulher para conduzir esse projeto. E o debate no momento não se trata de ser ou não ser mulher, mas da manutenção desse projeto, que difere diametralmente do modelo anterior.”
E destacou aquele que é considerado o mais importante programa do Governo na área social. “Alguns diziam que o Bolsa Família era uma esmola. Hoje há o cruzamento objetivo entre o Bolsa Família e a permanência da criança na escola. Então, há todo um processo de políticas transversais, para redignificar a maioria do povo brasileiro.”
Os comparativos não se restringiram as ações governamentais. A parlamentar comunista ressaltou o fato do Presidente Lula ser “um operário, um homem iletrado, um retirante nordestino e ter conseguido, com uma nova forma de constituição da política, colocar para o Brasil dados diametralmente opostos aos coletados no balanço de Governos anteriores, especialmente dos oito anos que antecederam a este segundo mandato do Presidente Lula.” Ela criticou a oposição que, em seus discursos, procura encontrar erros e falhas no governo Lula; “É preciso que tenhamos a coragem cívica, a dignidade política de reconhecer que o Brasil vem mudando”. Após citar, com dados e números, as ações dos dois governos – Lula e FHC, Alice Portugal defendeu a candidatura de Dilma. Disse que a ex-Ministra “é uma mulher preparada, que já governa e sabe o que diz” e a ex-militante de esquerda contra a ditadura “levantou a voz aos que quiseram assacar contra sua honra, por esse passado absolutamente limpo de resistência ao terror, de resistência à tortura, de fidelidade aos seus princípios.”
Dados comparativos
Quando Lula assumiu a Presidência em 2003, o salário-mínimo era de 64 dólares; agora está entre 290 e 300 dólares. O dólar, que valia três reais, agora vale 1,78. No Governo de FHC, o Brasil devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI), dívida que foi paga pelo Presidente Lula. “E por que os outros Presidentes não o fizeram?”, indaga Alice ao apresentar os dados. O Governo anterior, capitaneado por um professor com duas aposentadorias, não criou nenhuma nova universidade. Lula construiu 10 novas universidades federais E 45 extensões universitárias. No Governo do tucanato, nenhuma. Em relação às escolas técnicas, a parlamentar conta que quando chegou à Câmara, um decreto proibia a criação de novas escolas técnicas. “Foi necessário derrubar o decreto constituindo-se hoje uma rede de 214 entre unidades expandidas e novos IFETs, os Institutos Federais de Educação Técnica e Tecnológica”, conta ela.
No campo da economia, as reservas do Governo FHC foram de 185 milhões negativos; no Governo Lula, apesar ainda do conservadorismo na política monetária, 239 bilhões de dólares positivos. Em relação à infraestrutura, o Governo anterior não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, privatizou-as e, no Governo Lula, três estão em andamento, disse, citando o exemplo da ferrovia Oeste-Leste, que desaguará num novo porto em Ilhéus, município do litoral baiano, para fazer fluir a produção da soja do Centro-Oeste. Quando Lula assumiu o Governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.
Sabemos também que lamentavelmente, no Governo FHC, houve uma quebradeira tripla. O Brasil quebrou três vezes com a elevação da taxa de tributação do lucro das empresas e dos juros da dívida pública. Quase 100% em ambos os casos, sem falar das reservas internacionais zeradas e dívidas altíssimas em dólar. Lula conseguiu reverter a maior parte da lembrança desse tipo de quebradeira e estamos vivendo hoje uma nova realidade.
Explicação óbvia
A parlamentar analisou as condições das mulheres no País e na política. Ela lembrou que “a nossa candidata, apesar de majoritária nas pesquisas realizadas até agora, tem menos percentual de apoio entre as mulheres.” Para ela, a explicação para isso é óbvia:. “As mulheres foram banidas da política durante séculos em nosso País. Temos uma cidadania recente, uma cidadania constituída em 1932 e praticada em 1934. Sem dúvida alguma, isso tudo leva a dificuldades concretas da participação feminina na vida do extramuro do lar. Alice, que foi coordenadora da bancada feminina na Câmara, disse que a luta ainda está na fase de nos contrapor à violência doméstica. “Nesses meses no Brasil, temos acompanhado casos dramáticos de assassinatos de mulheres: a jovem advogada paulista; a cabeleira mineira; agora, essa jovem paranaense, com envolvimento de um ex-atleta da prática esportiva mais amada do País”, enumerou os casos mais recentes de assassinato de mulheres.
Mais PCdoB, menos DEM
Os partidos foram constituídos na República sem mulher ter direito a voto, afirma Alice Portugal. Com a minirreforma eleitoral aprovada no ano passado, foi aprovado 10% no tempo de propaganda, 5% do fundo partidário e a imposição de que os partidos preencham com 30% de mulheres os registros de candidaturas para garantir maior participação das mulheres na vida político-partidária. E leu os números que demonstram que a realidade ainda não corresponde ao que determina a lei. Apenas 21% das candidaturas inscritas este ano são femininas. Apesar do índice pequeno, houve um crescimento de 78,3% em relação à eleição anterior. Levantamento realizado pelo blog Mulheres com Dilma dá essa estatística. O número de mulheres é de 4.567 contra as 2.561 registradas há quatro anos.
A parlamentar destacou que o seu Partido, o PCdoB foi o que chegou mais perto de alcançar o percentual: 29,2%; com o PSB em segundo, como 25,23% de candidaturas femininas e o PTB com 23,35%. O DEM alcançou o menor índice com 13,36%. Ela se queixou para o fato de não haver sanções para os partidos que não cumprem a lei das cotas, “mas o nosso apelo é que esse exemplo seja seguido a cada dia, para que possamos aumentar o percentual de mulheres na vida política e pública brasileira. Portal Vermelho, Márcia Xavier
Os comparativos não se restringiram as ações governamentais. A parlamentar comunista ressaltou o fato do Presidente Lula ser “um operário, um homem iletrado, um retirante nordestino e ter conseguido, com uma nova forma de constituição da política, colocar para o Brasil dados diametralmente opostos aos coletados no balanço de Governos anteriores, especialmente dos oito anos que antecederam a este segundo mandato do Presidente Lula.” Ela criticou a oposição que, em seus discursos, procura encontrar erros e falhas no governo Lula; “É preciso que tenhamos a coragem cívica, a dignidade política de reconhecer que o Brasil vem mudando”. Após citar, com dados e números, as ações dos dois governos – Lula e FHC, Alice Portugal defendeu a candidatura de Dilma. Disse que a ex-Ministra “é uma mulher preparada, que já governa e sabe o que diz” e a ex-militante de esquerda contra a ditadura “levantou a voz aos que quiseram assacar contra sua honra, por esse passado absolutamente limpo de resistência ao terror, de resistência à tortura, de fidelidade aos seus princípios.”
Dados comparativos
Quando Lula assumiu a Presidência em 2003, o salário-mínimo era de 64 dólares; agora está entre 290 e 300 dólares. O dólar, que valia três reais, agora vale 1,78. No Governo de FHC, o Brasil devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI), dívida que foi paga pelo Presidente Lula. “E por que os outros Presidentes não o fizeram?”, indaga Alice ao apresentar os dados. O Governo anterior, capitaneado por um professor com duas aposentadorias, não criou nenhuma nova universidade. Lula construiu 10 novas universidades federais E 45 extensões universitárias. No Governo do tucanato, nenhuma. Em relação às escolas técnicas, a parlamentar conta que quando chegou à Câmara, um decreto proibia a criação de novas escolas técnicas. “Foi necessário derrubar o decreto constituindo-se hoje uma rede de 214 entre unidades expandidas e novos IFETs, os Institutos Federais de Educação Técnica e Tecnológica”, conta ela.
No campo da economia, as reservas do Governo FHC foram de 185 milhões negativos; no Governo Lula, apesar ainda do conservadorismo na política monetária, 239 bilhões de dólares positivos. Em relação à infraestrutura, o Governo anterior não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, privatizou-as e, no Governo Lula, três estão em andamento, disse, citando o exemplo da ferrovia Oeste-Leste, que desaguará num novo porto em Ilhéus, município do litoral baiano, para fazer fluir a produção da soja do Centro-Oeste. Quando Lula assumiu o Governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.
Sabemos também que lamentavelmente, no Governo FHC, houve uma quebradeira tripla. O Brasil quebrou três vezes com a elevação da taxa de tributação do lucro das empresas e dos juros da dívida pública. Quase 100% em ambos os casos, sem falar das reservas internacionais zeradas e dívidas altíssimas em dólar. Lula conseguiu reverter a maior parte da lembrança desse tipo de quebradeira e estamos vivendo hoje uma nova realidade.
Explicação óbvia
A parlamentar analisou as condições das mulheres no País e na política. Ela lembrou que “a nossa candidata, apesar de majoritária nas pesquisas realizadas até agora, tem menos percentual de apoio entre as mulheres.” Para ela, a explicação para isso é óbvia:. “As mulheres foram banidas da política durante séculos em nosso País. Temos uma cidadania recente, uma cidadania constituída em 1932 e praticada em 1934. Sem dúvida alguma, isso tudo leva a dificuldades concretas da participação feminina na vida do extramuro do lar. Alice, que foi coordenadora da bancada feminina na Câmara, disse que a luta ainda está na fase de nos contrapor à violência doméstica. “Nesses meses no Brasil, temos acompanhado casos dramáticos de assassinatos de mulheres: a jovem advogada paulista; a cabeleira mineira; agora, essa jovem paranaense, com envolvimento de um ex-atleta da prática esportiva mais amada do País”, enumerou os casos mais recentes de assassinato de mulheres.
Mais PCdoB, menos DEM
Os partidos foram constituídos na República sem mulher ter direito a voto, afirma Alice Portugal. Com a minirreforma eleitoral aprovada no ano passado, foi aprovado 10% no tempo de propaganda, 5% do fundo partidário e a imposição de que os partidos preencham com 30% de mulheres os registros de candidaturas para garantir maior participação das mulheres na vida político-partidária. E leu os números que demonstram que a realidade ainda não corresponde ao que determina a lei. Apenas 21% das candidaturas inscritas este ano são femininas. Apesar do índice pequeno, houve um crescimento de 78,3% em relação à eleição anterior. Levantamento realizado pelo blog Mulheres com Dilma dá essa estatística. O número de mulheres é de 4.567 contra as 2.561 registradas há quatro anos.
A parlamentar destacou que o seu Partido, o PCdoB foi o que chegou mais perto de alcançar o percentual: 29,2%; com o PSB em segundo, como 25,23% de candidaturas femininas e o PTB com 23,35%. O DEM alcançou o menor índice com 13,36%. Ela se queixou para o fato de não haver sanções para os partidos que não cumprem a lei das cotas, “mas o nosso apelo é que esse exemplo seja seguido a cada dia, para que possamos aumentar o percentual de mulheres na vida política e pública brasileira. Portal Vermelho, Márcia Xavier
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