Em abril do ano passado, durante uma reunião de líderes do G20 (grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento), em Londres, na Inglaterra, o presidente americano Barack Obama afirmou que o seu colega brasileiro “é o cara” e que Lula é o “político mais popular do mundo”. Dilma Rousseff, ungida por Lula, ainda vai entrar em sua trajetória como estadista, mas não se sabe ainda se há possibilidade de, em futuro próximo, ela ascender a tanto. Mesmo assim, na edição de 16 de dezembro, a pesquisa CNI/Ibope revelou a expectativa brasileira em relação ao governo da presidente eleita, que é ótima ou boa para 62% dos entrevistados.
Se sua fama ainda não chegou a Washington, não se pode dizer o mesmo da Inglaterra. Dilma Rousseff está ficando conhecida na terra da rainha depois que o jornal “The Independent” publicou um perfil dela antes do primeiro turno. A nota biográfica foi considerada a notícia mais lida do ano no site do jornal britânico. Na reportagem, publicada no dia 26 de setembro, o jornal previa a sua eleição e afirmava: “[Dilma] marca o desmantelamento final do ‘Estado de segurança nacional’, um arranjo que os governos conservadores nos EUA e na Europa já viram como seu melhor artifício para manter um status quo podre, que manteve uma vasta maioria na América Latina na pobreza, enquanto favorecia seus amigos ricos”. O periódico ressaltava, ainda, que a petista, “como chefe de Estado, terá um cargo superior ao da chanceler alemã, Angela Merkel, e ao da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton”. O texto iniciava com um título expressivo: “Ex-guerrilheira Dilma Rousseff pronta para ser a mulher mais poderosa do mundo”.
A pesquisa divulgada no dia 16 de dezembro favorece a perspectiva de Dilma, quando registra que apenas 9% dos entrevistados consideram que o próximo governo será ruim ou péssimo. Além disso, 18% acreditam que o governo da petista será melhor do que o do presidente Lula, ao mesmo tempo em que 58% acreditam que a próxima gestão será equivalente à atual. A pesquisa mostra ainda que a expectativa da Região Nordeste para o próximo governo é positiva e chega a 70%. Já nos municípios com até 20 mil habitantes, esse índice atinge 65%. De acordo com o levantamento, a previsão é que o governo Dilma seja melhor ou igual ao do governo Lula para 79% das mulheres. Para os homens, o percentual é de 73%.
Quando o item refere-se às prioridades para o governo, 51% dos entrevistados elegem a área da Saúde como a principal e, logo em seguida, a da Educação (11%). Em terceiro lugar está a Segurança Pública (7%). O combate às drogas e o enfrentamento da fome e da pobreza empatam em quarto lugar (6%), enquanto o combate à inflação e as reformas política e trabalhista são considerados prioridades apenas para 1% dos entrevistados.
Foi a primeira pesquisa sobre a avaliação de Dilma como futura presidente, o que demonstra que ela, depois que assumir o governo, dependendo do seu desempenho e de sua performance política, poderá aumentar e consolidar sua posição, até porque a pesquisa a favorece antes mesmo do início de sua gestão.
A bsorvida em montar o seu primeiro escalão, Dilma Rousseff passou a ficar restrita ao trabalho, saindo da residência oficial da Granja do Torto apenas para compromissos que não pode deixar de comparecer, evitando o assédio e compromissos sociais. Ainda no dia 16 de dezembro, por exemplo, ela se reuniu com a cúpula do comando do PCdoB, mas não chegou a qualquer conclusão sobre a participação do partido em seu governo. A futura presidente tem o hábito de ouvir muito e falar pouco, o que deve ser herança da sua ascendência mineira.
Como em um tabuleiro de xadrez, ela observa todo o movimento, para tomar uma posição. No caso, o PCdoB quer manter Orlando Silva no Ministério dos Esportes, como também garantir o compromisso de que ele ocupará a chamada Autoridade Olímpica, que será responsável pelas Olimpíadas de 2016. Renato Rabelo, presidente do PCdoB, ao deixar o encontro com Dilma, não tinha nenhuma definição. Na ocasião, ele argumentou que ainda há um processo de negociação em andamento em relação aos cargos em toda a área do esporte, do ministro à autoridade olímpica, que não está resolvido. Insiste o PCdoB que a futura presidente adote o modelo inglês e confira status de ministro para o responsável pelo evento esportivo.
Dilma, que não terceiriza a definição de nomes para a sua equipe, ainda tinha que administrar, na tarde do dia 16, os interesses do PSB, que deverá ficar com a Integração Nacional e a Secretaria de Portos e Aeroportos, cujo titular na Esplanada dos Ministérios deverá ser o deputado Ciro Gomes, que já ocupou a pasta de 2003 a 2006.
Quem conhece muito bem o presidente Lula garante que ele não se desligará do poder tão cedo. Tal atitude poderá criar um clima nada amistoso com sua sucessora, que também tem personalidade forte e não permitirá essa intromissão, seja quem tente atravessar o seu caminho no governo. Afinal de contas, a presidente da República será ela, apesar de ter sido indicada e apoiada por ele. Uma coisa é a amizade, outra, completamente diferente, é o governo.
Durante um encontro recente com a futura ministra da Secretaria de Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ouviu de Lula que, por mais que ela se esforce, jamais irá superar a gestão do seu antecessor na pasta, o ministro Paulo Vannuchi.
Como palavra pronunciada não tem volta, Lula até se desdobrou para desfazer o que tinha falado, mas ficou a impressão de que ele pode também imaginar que seus dois governos jamais serão superados.
É justamente aí onde mora o perigo. Fonte: Brasília em Dia.
Se sua fama ainda não chegou a Washington, não se pode dizer o mesmo da Inglaterra. Dilma Rousseff está ficando conhecida na terra da rainha depois que o jornal “The Independent” publicou um perfil dela antes do primeiro turno. A nota biográfica foi considerada a notícia mais lida do ano no site do jornal britânico. Na reportagem, publicada no dia 26 de setembro, o jornal previa a sua eleição e afirmava: “[Dilma] marca o desmantelamento final do ‘Estado de segurança nacional’, um arranjo que os governos conservadores nos EUA e na Europa já viram como seu melhor artifício para manter um status quo podre, que manteve uma vasta maioria na América Latina na pobreza, enquanto favorecia seus amigos ricos”. O periódico ressaltava, ainda, que a petista, “como chefe de Estado, terá um cargo superior ao da chanceler alemã, Angela Merkel, e ao da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton”. O texto iniciava com um título expressivo: “Ex-guerrilheira Dilma Rousseff pronta para ser a mulher mais poderosa do mundo”.
A pesquisa divulgada no dia 16 de dezembro favorece a perspectiva de Dilma, quando registra que apenas 9% dos entrevistados consideram que o próximo governo será ruim ou péssimo. Além disso, 18% acreditam que o governo da petista será melhor do que o do presidente Lula, ao mesmo tempo em que 58% acreditam que a próxima gestão será equivalente à atual. A pesquisa mostra ainda que a expectativa da Região Nordeste para o próximo governo é positiva e chega a 70%. Já nos municípios com até 20 mil habitantes, esse índice atinge 65%. De acordo com o levantamento, a previsão é que o governo Dilma seja melhor ou igual ao do governo Lula para 79% das mulheres. Para os homens, o percentual é de 73%.
Quando o item refere-se às prioridades para o governo, 51% dos entrevistados elegem a área da Saúde como a principal e, logo em seguida, a da Educação (11%). Em terceiro lugar está a Segurança Pública (7%). O combate às drogas e o enfrentamento da fome e da pobreza empatam em quarto lugar (6%), enquanto o combate à inflação e as reformas política e trabalhista são considerados prioridades apenas para 1% dos entrevistados.
Foi a primeira pesquisa sobre a avaliação de Dilma como futura presidente, o que demonstra que ela, depois que assumir o governo, dependendo do seu desempenho e de sua performance política, poderá aumentar e consolidar sua posição, até porque a pesquisa a favorece antes mesmo do início de sua gestão.
A bsorvida em montar o seu primeiro escalão, Dilma Rousseff passou a ficar restrita ao trabalho, saindo da residência oficial da Granja do Torto apenas para compromissos que não pode deixar de comparecer, evitando o assédio e compromissos sociais. Ainda no dia 16 de dezembro, por exemplo, ela se reuniu com a cúpula do comando do PCdoB, mas não chegou a qualquer conclusão sobre a participação do partido em seu governo. A futura presidente tem o hábito de ouvir muito e falar pouco, o que deve ser herança da sua ascendência mineira.
Como em um tabuleiro de xadrez, ela observa todo o movimento, para tomar uma posição. No caso, o PCdoB quer manter Orlando Silva no Ministério dos Esportes, como também garantir o compromisso de que ele ocupará a chamada Autoridade Olímpica, que será responsável pelas Olimpíadas de 2016. Renato Rabelo, presidente do PCdoB, ao deixar o encontro com Dilma, não tinha nenhuma definição. Na ocasião, ele argumentou que ainda há um processo de negociação em andamento em relação aos cargos em toda a área do esporte, do ministro à autoridade olímpica, que não está resolvido. Insiste o PCdoB que a futura presidente adote o modelo inglês e confira status de ministro para o responsável pelo evento esportivo.
Dilma, que não terceiriza a definição de nomes para a sua equipe, ainda tinha que administrar, na tarde do dia 16, os interesses do PSB, que deverá ficar com a Integração Nacional e a Secretaria de Portos e Aeroportos, cujo titular na Esplanada dos Ministérios deverá ser o deputado Ciro Gomes, que já ocupou a pasta de 2003 a 2006.
Quem conhece muito bem o presidente Lula garante que ele não se desligará do poder tão cedo. Tal atitude poderá criar um clima nada amistoso com sua sucessora, que também tem personalidade forte e não permitirá essa intromissão, seja quem tente atravessar o seu caminho no governo. Afinal de contas, a presidente da República será ela, apesar de ter sido indicada e apoiada por ele. Uma coisa é a amizade, outra, completamente diferente, é o governo.
Durante um encontro recente com a futura ministra da Secretaria de Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ouviu de Lula que, por mais que ela se esforce, jamais irá superar a gestão do seu antecessor na pasta, o ministro Paulo Vannuchi.
Como palavra pronunciada não tem volta, Lula até se desdobrou para desfazer o que tinha falado, mas ficou a impressão de que ele pode também imaginar que seus dois governos jamais serão superados.
É justamente aí onde mora o perigo. Fonte: Brasília em Dia.
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