quarta-feira, 13 de abril de 2011

O que a Época sabe sobre Dantas, FHC, Cerra e Gilmar

O Conversa Afiada publica e-mail que recebeu do Stanley Burburinho II (como se o I não bastasse):
Estimado PHA,
A Revista Época está de posse de uma documentação devastadora, apreendida em 2 momentos da Satiagraha:
A busca e apreensão na casa de Daniel Dantas, no dia em que ele foi preso em julho de 2008.
E outra a busca e apreensão na casa do lobbista Roberto Amaral, feita algum tempo depois pelo Delegado Federal Ricardo Saadi, que substituiu o ínclito delegado Protógenes Queiroz.
A primeira parte são os HDs que foram descriptografados pelo FBI, apesar dos esforços (no PiG (*)) do Daniel Dantas para dizer que não foram.
A segunda parte, do Roberto Amaral, são 10 DVDs.
Com o arquivo do lobbista, para ser usado se for preciso persuadir seus “lobbados”.
Roberto Amaral trabalhou – como demonstra a própria Época – e talvez ainda trabalhe para Daniel Dantas.
O material está nas mãos de jornalistas da Época há meses.
Alguns dizem que, até, há cerca de um ano.
De qualquer forma, a Época poderia ter usado isso nas eleições de 2010.
A provável fonte desse material são advogados que trabalham para Daniel Dantas e outros réus da Satiagraha, e outros que trabalham para gente do PT, no “mensalão”.
Soltaram o material para a Época para enterrar a campanha do José Serra a Presidente (como se ele precisasse de ajuda para se enterrar …), e a Dilma levar ainda no primeiro turno.
Fato é que a Época não revelou antes das eleições o material que, impresso, enche um quarto.
Pode-se se especular a razão.
Talvez a Globo estivesse 100% comprometida com Serra (vide “bolinha de papel”).
Talvez não precisasse, porque a Dilma ganharia de qualquer maneira.
Talvez os amigos de Daniel Dantas dentro das Organizações Globo não tenham permitido - e assim vai.
O fato é que a bomba não detonou.
De 2 meses para cá, dois jornalistas da Época, de boa reputação, Guilherme Evelin e Wálter Nunes, resolveram retomar o assunto.
Ao analisar o conteúdo, os dois se entusiasmaram.
Acharam que tinham pela frente um Prêmio Esso de Jornalismo, pois o material revelava todo o esquema de lobby de Daniel Dantas no coração das privatizações do Governo FHC.
Guilherme e Wálter falaram com pelo menos 10 fontes.
(Uma delas é que me deu o bizu.)
Foram longas – pelo menos uma – conversas.
Longas.
Eles agitaram o mercado jornalístico.
A ponto de a revista Carta Capital do início de abril, em uma matéria sobre os juízes Macabu e Rocha Mattos, e Dantas, fazer um “P.S.2″ que dizia:
“P.S. 2: Corre a informação de que documentos inéditos e definitivos apreendidos durante a Satiagraha circulam na praça. Seriam as provas provadas da, digamos, influência político-jurídico-financeira de Dantas. E explicariam a fúria causada pela operação conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz. Espera-se que os detentores de tais informações tenham coragem de torná-las públicas. Embora de onde nada se espere costume nada vir.”
Nas andanças dos jornalistas de Época eles mostravam diversos documentos a suas fontes.
Coisas devastadoras como, por exemplo, a atuação de Daniel Dantas para forçar FHC a nomear Luiz Leonardo Cantidiano na CVM e, pasme, a indicar Gilmar Mendes para o Supremo.
Ambos com a missão de entender o que os advogados de Dantas dissessem.
O cano na cabeça de FHC se justificava.
Se o Presidente da República não concordasse, algumas contas no Opportunity Fund (de Dantas), aquele fundo que não poderia receber brasileiros, seriam inexplicavelmente abertas.
(E aí é que entra o livro do Amaury – personagens do Amaury devem estar na reportagem (inédita, ainda), da Época. Clique aqui para ler “O que sei do livro do Amaury”)
E provavelmente, com isso, se conheceriam os esquemas de financiamento tucano no exterior.
Seria a revelação do “MENSALÓN” tucano, só na Miami Hispânica.
Os jornalistas da Época chegaram a falar com juristas sobre como seria possível pedir um impeachment de Gilmar Mendes.
Wálter Nunes e Guilherme Evelin falaram com dirigentes de Fundos de Pensão e com o tucano Andrea Matarazzo, já que poderiam dar informações sobre os documentos.
Diziam que para era fazer uma “série” de matérias.
E que essas matérias revelariam os rumos da democracia brasileira pós-FHC.
Eles diziam às fontes consultadas que se tratava de algo mais importante do que a abertura dos papéis do Pentágono americano.
Andrea Matarazzo rapidamente convocou todo o alto tucanato.
“Juristas” falaram com os advogados de Daniel Dantas.
E os advogados de Dantas podem ter falado com Gilmar Mendes.
É uma hipótese – ainda que óbvia.
E todos foram para cima da Época.
Na redação, ficou aquele cheiro de mato queimado no ar.
De um lado, a “cúpula” pensando em como minimizar o prejuízo, sem que os jornalistas pedissem demissão e mostrassem, em outra publicação, o que tinham.
De outro, mais relevante, os criminosos que estavam sendo identificados trataram de acelerar os procedimentos para anular a Satiagraha.
Com a anulação da Operação Satiagraha, parte dos documentos apreendidos com Dantas e Amaral seria “ilegal”.
E, portanto, os crimes de toda a quadrilha que comandou o Brasil por muitos anos, ficariam provavelmente impunes.
O objetivo se transformou.
Ao invés de uma revelação jornalística histórica, as Organizações Globo e a Revista Época passaram a focar em munição para anular a Satiagraha.
Clique aqui para ler “Será que Macabu vai sepultar a Satiagraha na semana em que a Época incrimina Dantas ?”.
No STJ vieram os votos do Macabu e do Juiz Napoleão.
2×0.
São cinco juízes na turma.
Tá quase!
Mas o Ministro Gilson Dipp é sério e não votou ainda.
Não há como pressioná-lo.
O pavor da quadrilha é que os outros 2 juízes possam seguir Dipp e que Dipp dê um voto fundamentado, que repila, de vez, a bizarra anulação da Satiagraha.
Aí vem a matéria da Época deste final de semana com um título que parece a história dos 3 Porquinhos: “O financista, o consultor e “pessoa”".
Matéria convenientemente escondida na revista que já tinha um bom motivo para o escondimento: a semana era da tragédia de Realengo.
Ninguém, além daqueles que acompanham a saga de Daniel Dantas com isenção, deu repercussão à matéria.
Não saiu no JN.
O jornal O GLOBO não gastou uma linha sobre o assunto.
As Organizações Globo não falham.
E a Época fez o serviço que interessa ao Dantas:
A Época assegura que a ABIN teria feito grampos ilegais na Satiagraha, coisa que nem mesmo os advogados do Daniel Dantas argumentaram nos seus processos.
E nem o voto esquisito do Desembargador Macabu sustenta isso.
Todo o resto a Época minimizou.
Minimizou e ocultou aquilo que seria bombástico.
Colocou uns emails mequetrefes – que, porém, mostram como Dantas operava com FHC – , sem o impacto dos que os dois repórteres mostraram às fontes.
Os tais que falam do cano na cabeça do FHC, por causa do Cantidiano e do Gilmar.
Mas, ficou um recado de Dantas: OU VOCÊS ME AJUDAM A ANULAR A SATIAGRAHA, OU VAI TODO MUNDO PARA A CADEIA COMIGO !
É a nova versão do que o Ricardo Sergio de Oliveira disse na privatização do Fernando Henrique “ser der m… , estamos todos no mesmo barco”.
Tá todo mundo no mesmo barco.
É bom lembrar aos teus amigos navegantes que a Época acaba por incriminar o Gilmar, embora só se refira à Advocacia Geral da União.
E não diz que o Gilmar era, no Governo FHC, o Advogado Geral da União.
E, nessa qualidade, teria sido advogado de Dantas, para tomar a Telemig dos canadenses, como observou o meu amigo Stanley Burburinho I.
Com certeza, a “série” de matérias da Revista Época não mais vai sair.
Não vai sair mais nada.
Pelo menos até a Satiagraha ser anulada – com a mão da Justiça (?) e da Elite.
Depois disso, a Época vai publicar documentos bombásticos e já declarados ilegais.
Mas, aí, não interessa.
Passa a ser literatura policial.
“O crime compensa – no Brasl” – pode ser o título.
A menos, é claro, que as pessoas de bem resolvam revelar o que foi revelado à Época.
Revelar o que souberam, nas conversas com os repórteres da Época contaram às suas fontes.
E são muitas as fontes !
A internet está aí para isso mesmo.
Para tocar o bumbo !
A Usina de Fukushima do Brasil se chama OPPORTUNITY FUND !
Assinado,
Stanley Burburinho II, com firma reconhecida
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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