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Um gabinete fantasma bem-vindo, mas desnecessário

Como disse o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), o Gabinete Fantasma que os tucanos pretendem criar para a oposição acompanhar as ações do governo e para o qual pretendem convidar o DEM e o PPS, é bem-vindo, mas desnecessário. O PSDB nem devia se dar a esse trabalho de instituí-lo.

Bastaria o partido comparar seus governos estaduais. Até porque governam os dois principais Estados do país, São Paulo e Minas Gerais, mais o Paraná, Goiás, Pará e Tocantins, e seu aliado o DEM governa o Rio Grande do Norte. E estes seus governos não vão nada, nada bem.

A única governadora que os demos têm no país, a potiguar Rosalba Ciarlini, amarga índices de 86,6% de rejeição e desaprovação a seu governo, conforme pesquisa publicada no início deste mês pelo maior jornal do seu Estado, a Tribuna do Norte. O segundo, eleito pelo partido no ano passado, o de Santa Catarina, Raimundo Colombo, trocou o DEM pelo nascente PSD.

PSDB e mídia encobrem mau desempenho e evitam comparações

Mas, sabe como é, como tucanos e imprensa não se lembram de Natal e do Rio Grande do Norte por considerá-los muito longe da capital paulista e de Belo Horizonte, os tucanos governam São Paulo e Minas em paz, sem tribunais de contas, Ministério Público, nem mídia investigativa.

Só não podem se iludir e nem esquecer que, enquanto eles não fazem, o eleitor já fez três vezes essa comparação, em duas vezes elegeu o presidente Lula, e depois, na terceira, a presidenta Dilma.

Mas, como estamos numa democracia, que seja bem-vinda a iniciativa do PSDB de criar entre nós o gabinete fantasma - digo, gabinete sombra - dos tucanos e para a qual pretendem arrastar a oposição. Algo similar, o "shadow cabinet", existe há muitos anos na Inglaterra. Zé Dirceu