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José Serra, o Conselheiro – por Marcos Coimbra - Carta Capital n˚ 654
Em um gesto inusitado (mas não imprevisível), o ex-governador José Serra, na qualidade de presidente do conselho político do PSDB, divulgou um documento que deixou embaraçada a direção de seu partido. “Nossa Missão” tem um título que sugere que o autor ao menos tentava olhar o Brasil de uma perspectiva partidária e coletiva, mas não o fazia.
A publicação aconteceu no blog do ex-candidato, talvez para lhe permitir, se necessário, justificá-la como privada. Como não consultou seus colegas ou procurou saber se estavam de acordo com o que queria dizer, melhor ter esse recurso.
Isso não diminuiu o constrangimento dos líderes tucanos. O texto tinha todas as características de um documento oficial do partido, não somente pelo cargo do responsável, mas pela natureza: uma conclamação aos filiados, a proposta de uma agenda, a fixação de um calendário de ações para seus órgãos nacionais e estaduais. Só que era apenas uma manifestação pessoal.
Ao externá-la da forma que fez, Serra extrapolou o papel que lhe havia sido delegado pela convenção peessedebista de junho. Aquela, em que seu grupo foi derrotado pelo de Aécio Neves, em que tentou, sem sucesso, emplacar a direção do Instituto Teotônio Vilela e na qual foi obrigado a se contentar com a presidência do então criado conselho.
Parece que Serra queria dar uma resposta a seus adversários de dentro do partido. Se achavam que ficaria quieto em seu canto, satisfeito com o cargo honorífico a ele destinado, se enganavam. Na primeira oportunidade, veriam do que era capaz.
Escolheu uma hora inconveniente. Veio com um texto agressivo, cheio de acusações e ressentimentos, justo quando a convivência entre o PSDB e o PT começava a perder a beligerância do período eleitoral, quando o clima (por obra sua) ficara mais tenso que o normal para nossos costumes políticos.
Partiu de Dilma Rousseff o primeiro movimento de desanuviamento dos espíritos, na carta de homenagem a Fernando Henrique pelos seus 80 anos. Até contrariando os sentimentos de parte do PT, havia sido bem mais que protocolar no reconhecimento de sua contribuição para o Brasil de hoje.
FHC respondeu acenando com uma proposta de entendimento mínimo entre governo e oposição para enfrentar as dificuldades externas. Embora velhas desavenças permanecessem, o ex-presidente sinalizava que um diálogo mais produtivo entre os dois lados era possível.
Para Serra, não. De seu ponto de vista, tucanos e petistas são inimigos irreconciliáveis e suas visões do Brasil, antagônicas. Uns estão totalmente certos, outros inteiramente errados. No seu partido só há gente notável, no outro só incapazes, oportunistas e bandidos. Lula tinha apenas “talento de animador”, Dilma faz um governo “autoritário e incompetente”.
O mais extraordinário no texto de Serra é entender porque não aproveitou a última campanha presidencial para defender ideias como essas, deixando para fazê-lo agora, de forma tão mais limitada. Como comparar um blog à enorme mídia de que dispunha? Entre agosto e o fim de outubro de 2010, Serra teve mais tempo de televisão e rádio que qualquer anunciante privado. Se quisesse, poderia ter lançado uma marca, uma moda, uma ideia.
Imaginando que a visão de Brasil que transparece em seu texto não foi inventada de repente, que não foi agora que ficou sabendo do que se passa no País que queria governar, a pergunta é por que se calou quando teve oportunidade de falar. Por que subtraiu do cidadão verdades tão graves?
Hoje diz, por exemplo, que o governo FHC não é devidamente “reconhecido”. Como se não fosse ele quem nunca falou em Fernando Henrique nas suas campanhas. Quem sempre pretendeu não ter vínculos com o governo que integrou por oito anos.
Quando pôde se dirigir ao País sem qualquer embaraço, o que fez foi se apresentar como “o candidato mais preparado para prosseguir a obra de Lula”. Nem uma palavra se ouviu para criticá-lo. Seu discurso era ser “O Zé que vai continuar o trabalho do Lula da Silva”.
É, realmente, um percurso peculiar: do mais lulista ao mais radical dos oposicionistas, em questão de meses. Outro dia mesmo, brigava com Dilma pelo posto de campeão da continuidade. Agora, é o tucano incendiário, para quem nada presta no governo.
O texto termina de forma patética: depois de instar “nossas direções em todos os níveis” à “combatividade”, Serra pede a seus companheiros (até com humildade) que “não antecipem as decisões sobre alianças e candidaturas em 2014”. Ou seja, que não o descartem de vez.
O que não quer é reconhecer que seu sonho de ser presidente da República acabou.
Frase: “Você fica falando mal de mim. Vai sossegar agora”. De José Serra, em trecho de bate-boca travado no gabinete do senador Álvaro Dias com o deputado mineiro “aecista” Marcus Pestana, que respondeu: “Você tá doido”.
2 comentários:
O grande gestor Serra foi tão bom para o estado de São Paulo, que o atual governador do estado, teve que ir ao Palacio do Planalto para pedir o aumento do limiti da divida publica do estado.
sim. acho que o michel temer deve olhar pelo impostos dos produtos industrializado por que tá muito alto a industria ainda tá lento é preciso manter o imposto baixo menos de 5% sobre produto industrializado, ai sim acelera a indústria. Como a indústria vai exportar, se não houver incentivo? para a indústria exportar é preciso manter o imposto mais baixa menos de 2% do comercio externo sobre produto industrializado. É importante o brasil abrir os portos para o mundo mantendo alfandegária 30% sobre o comercio interno e terminando o brasil nos blocos econômicos formados, brasil tem que tornar grande parceiro de comercio com o japão abrindo os portos do brasil para o japão mantendo alfandegária de 15% sobre importação, lembrando o PIB do brasil é baixa não é surficiente para evoluir as indústrias o nosso mundo para resolver isso é preciso manter o PIB 30% ao ano. Olha michel temer o imposto do nosso patrimonio privado é alta assim segura a nossa indústria a nossa produção e o nosso mundo vamos soltar o brasil para isso você deve cobrar imposto baixo menos de 0,1% ao ano e não esquece cobrar imposto do nosso veiculo automotivo com 5 anos de uso é demais.
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