segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aliança “telhado de vidro” dificulta governo Dilma.

As eleições do ano passado foram preocupantes do ponto de vista ideológico. Via-se de um lado, a volta total do neoliberalismo capitaneado por José Serra. De outro, a continuidade de um governo de coalizão com diversos partidos, onde o PT deu mostras de superioridade nos 8 anos que governou com Lula na presidência.
No entanto, após a vitória de Dilma, foi necessário ceder Ministérios e pastas para estes partidos da coalizão, que na maioria são partidos meramente fisiológicos, tais como o PR e o PMDB. Estes partidos possuem estas características há muito tempo e não escondem de ninguém que o tipo de política que eles fazem visa primeiramente eles, depois o povo (se der). São partidos com um grande “telhado de vidro”, cuja corrupção e falcatrua sempre estiveram presentes em suas atuações.
Já a oposição neoliberal do PSDB, PPS e DEM, após a fragorosa derrota de 2010 tenta se reconstruir e tais episódios de falcatruas são um prato cheio para quem tem como parceiros a Rede Globo e os grandes meios de comunicação.
Mas afinal, qual é o projeto maquiavélico da oposição?
A oposição sabe que é difícil ficar atirando pedras em Dilma. Fica difícil atacar uma presidenta que tinha mais de 70% de avaliação positiva.
Desta forma, a oposição parte para o ataque à base aliada do governo. Lembrando que a oposição detém os meios de comunicação na mão e qualquer fato, por menor que seja, torna-se uma verdadeira tempestade para o governo, cujo desgaste fica a cargo da imprensa golpista.
A oposição sabe que Dilma não gosta de coisas erradas no governo, tanto é que trocou alguns ministros e demitiu diversas pessoas da base aliada com cargos no governo.
Isso é justamente o que a oposição quer: colocar a base aliada em conflito com a presidência. Desta forma, faz com que as relações entre os partidos aliados e o PT também fiquem fragilizados, pois uma das preocupações da oposição são as eleições de 2012, onde o PT e partidos aliados tentarão realizar inúmeras alianças visando a conquista do maior número de prefeituras possíveis, inclusive no estado de São Paulo que é o maior reduto tucano.
Fragilizando as relações, a oposição pode novamente tentar a aproximação dos partidos que antes estavam na base aliada. Como estes partidos são fisiológicos, tudo pode se esperar. Afinal, já foram aliados antes, lembram?
Mas aguardem, pois a oposição está orquestrando muito mais ataques, como já previsto no início do governo. Certamente, estão com uma estratégia muito bem articulada entre os partidos, imprensa golpista e pessoas ligadas à eles em órgãos do governo.
Pelo jeito, alguns resultados a oposição já está colhendo. É só ver a “greve” de parlamentares, anúncio e boatos de rompimentos de partidos aliados e a avaliação de Dilma, que caiu de 73% para 67% em agosto. E tudo isso, apenas no primeiro ano de governo.
Desta forma, será preciso muita habilidade de Dilma para cuidar dos seus “telhados de vidro” daqui pra frente. Será preciso contra-atacar e cabe ao PT tomar frente neste debate e articulação com os partidos.

2 comentários:

profeta gentileza disse...

NÃO CARREGO MUITO NAS TINTAS ! MUITOS GOSTARIAM DE PARTICIPAR MAIS HUMANIZADOS E BUSCANDO O BEM COMUM. ENQUANTOS OS NOVOS TEMPOS ÉTICOS E DE COMPROMISSO COM A POPULAÇÃO NÃO CHEGAM, O PARTIDO DOS TRABALHADORES TEM QUE TER JOGO DE CINTURA PARA CONVIVER COM A SITUAÇÃO. O QUE NÃO PODE ACONTECER É O PMDB ESTAR NA VICE-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E NA PRESIDÊNCIA DO SENADO - E A PRESIDENTA SER CHANTAGEADA POR PARLAMENTARES DA BASE ALIADA. TEMER E SARNEY TEM QUE POR ORDEM EM SUAS CASAS - PARA QUE A PRESIDENTA POSSA TOMAR AS MEDIDAS SANEADORAS E CONTINUAR MERECENDO O CRÉDITO E A APROVAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA..

Cristiana Castro disse...

Posso estar muito enganada mas, o PMDB vai ser dar mal nessa empreitada. Qdo o tumulto passar, a mídia larga eles na friagem como fizeram com o PV e o PSOL ( que aliás, para tempos de "ética", anda muito calado ). Parece que a qdo a bandeira da ética ( acho isso de uma cafonice suprema, mas vamos lá ), está com outro partido o PSOL, murcha.