Pimenta com Açúcar: A queda de Nelson Jobim (PMDB) do Ministério da Defesa e a entrada de Celso Amorim (PT) em seu lugar fortalece o governo Dilma Rousseff (PT). A faxina que a presidenta vem fazendo na Esplanada dos Ministérios e no Palácio do Planalto cai no gosto do povo e fazer subir a popularidade de Dilma. A última pesquisa Vox Populi é a prova mais cabal da aprovação de Dilma, que tem avaliação positiva de 71% dos entrevistados. É um índice de dar inveja a muitos governantes.
Ao declarar que não iria tolerar corrupção, Dilma atende um desejo há muito acalentado pelo povo brasileiro, que não suporta mais os desvios de recursos públicos, que poderiam ser investidos em saúde, educação, segurança e em infraestrutura e logística. Recursos que poderiam melhorar ainda mais os programas de distribuição de renda neste país.
Ao fazer uma varredura em pastas importantes e promover uma minirreforma no seu ministério em menos de oito meses de mandato, Dilma dá provas que é tão popular quanto ao seu antecessor, o carismático Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aumentava o ibope e batia recordes de popularidade cada vez que se jogava nos braços do povo. As diferenças de estilo, aos poucos vão afastando Dilma do seu antecessor. Dilma inaugura seu estilo próprio, de administradora, de gestora técnica. Mas agrada.
Jobim já não tinha mais sustentação para ficar no governo. A sua demissão há muito vinha sendo desenhada. A começar pelas manifestações conservadoras e radicais sobre o sigilo eterno dos documentos oficiais. Jobim não escondia a sua resistência em abrir os documentos de um período negro na História do Brasil: a ditadura. Período esse que deixou marcas e feridas profundas na ex-presa política e hoje presidenta do país, Dilma, que foi enquadrada e torturada pelo regime militar.
Essa resistência demonstrada por Jobim pode custar caro não só para as famílias de desaparecidos e ex-presos políticos, mas também para a história do Brasil. Como ficam as indenizações e o acesso a documentos importantes sobre o que ocorreu com a primeira mulher eleita presidenta do Brasil, o mais alto cargo no escalão do poder? Espera-se, e eu como acadêmico do curso de História também espero, que Amorim assuma o compromisso de abrir os documentos da época da ditadura e, de fato, faça a reparação do Estado com as vítimas de um sistema violento, truculento e vergonhoso para o país nos anos de chumbo (grosso). Amorim agrada pela sua trajetória de diplomata, de quem soube representar e posicionar muito bem o Brasil em outros países.
Para completar, Jobim rompeu com o que há de mais sagrado e admirável no ser humano quando lhe é conferido um cargo de confiança (CC): honrar a confiança de quem o escolheu para integrar a equipe, assumindo compromisso com o projeto eleito pela maioria do povo. Essa, no entanto, não foi a conduta adotada pelo agora ex-ministro da Defesa. Na semana passada, Jobim não hesitou em tumultuar as estruturas do Planalto ao declarar que havia votado no adversário de Dilma nas eleições de 2010: José Serra, do PSDB.
E nesta semana teria lançado a mais alta carga explosiva ao mirar a sua artilharia novamente para o núcleo central do governo, como se fosse um adversário de Dilma dentro da mesma célula governamental. Jobim nega as declarações atribuídas a ele em reportagem, mas a Revista Piauí traz matéria na edição desta semana na qual o ex-ministro da Defesa teria classificado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), como “fraquinha” e ter acusado a ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) de “sequer conhecer Brasília.” As afirmações incomodaram Dilma, que decidiu recompor a ordem e mais uma vez mostrar quem está à frente dos rumos do Brasil, com a devida autonomia conferida pelo povo nas urnas.
Ora, desafiar a maior autoridade do país sendo subordinado a ela é uma atitude arriscada e perigosa, ainda mais quando essa mesma líder resolveu cortar na própria carne ao demitir o seu principal escudeiro: Antônio Palocci (PT), que foi destituído do posto de ministro da Casa Civil após denúncias de enriquecimento em um curto espaço de tempo.
As escolhas de Ideli e Gleisi foram pessoais de Dilma, que chamou para si a responsabilidade de recompor o governo naquele momento. O mesmo poder Dilma imprimiu quando resolveu demitir não só ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), como também toda a cúpula do órgão e de outras unidades vinculadas a ele como DNIT, totalizando 20 baixas.
4 comentários:
a Dilma tem cara de quem sabe o preço do arroz com feijão. Não sobe no salto alto - o povão gosta - e não dá trela para os fofoqueiros...
Parece que a Dilma encontrou o ponto de identificação com a sociedade. Dá pra ver a cara dela nos últimos eventos e o pessoal está gostando do que vê. Curiosamente, o tal "temperamento irritado" vendido pela grande mídia, além de fazer sucesso entre a população, parece estar restrito aos muros do Palácio. Para nós ela esbanja simpatia. Tá funcionando.
Nossa querida presidenta !!!! O povo brasileiro agradece pela sua boa gestäo. Dilma lá em 2014 !!!!
Mesmo com uma crise mundial, podemos perceber que ela faz uma boa administração e um otimo governo.
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