O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) reagiu com indignação à matéria publicada pela revista "Veja" no fim de semana e afirmou que apoia incondicionalmente o governo da presidente Dilma Rousseff.
No sábado (27), a revista publicou que o ex-ministro do governo Lula mantém um gabinete informal em um hotel de Brasília onde despacha com parlamentares e integrantes do governo Dilma. A reportagem mostra imagens de políticos no andar do hotel onde Dirceu se hospeda, entre 6 e 8 de junho, dias que antecederam a queda do então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
Em conversa com o Valor nesta segunda-feira (29), Dirceu disse que é "de morrer de rir" a insinuação de que conspirava com ministros, senadores e deputados para aproveitar-se politicamente da queda do ex-ministro Antonio Palocci, que pediu demissão no começo de junho após suspeitas em torno da evolução do seu patrimônio.
Lula Marques 15.dez.2010/Folhapress
José Dirceu disse que é "de morrer de rir" a insinuação de que conspirou contra Antonio Palocci
"Até as pedras sabem que eu sou governista. Pode ter alguém que apoie tanto quanto eu [o governo Dilma], mas é difícil', afirmou. Referindo-se à matéria como "a piada do ano", Dirceu minimizou o fato de ter se encontrado com autoridades em um andar reservado de um hotel, em Brasília.
"Isso é natural, eu tenho todo o direito de fazer política. Que eu encontro com parlamentares, com políticos, com governadores, isso é sabido. Eu viajo pelo Brasil, sou recebido, faço debates, faço palestras", afirmou Dirceu.O ex-ministro disse não ver nada de estranho em ter recebido ele mesmo a visita das autoridades, e não o contrário. "Por que eu não vou ao Congresso? Porque eu fui cassado. Eu só vou ao Congresso no dia em que ele me dar anistia. É o mínimo de dignidade que eu tenho que ter, já que fui vítima de uma violência jurídica. Depois que o Supremo me absolver, que eu espero que ocorra o mais rápido possível, vou pedir anistia ao Congresso".Dirceu contestou os métodos usados por "Veja" para obter as imagens usadas na reportagem e disse que houve tentativa de invasão do seu quarto no hotel. Ele comparou o episódio ao escândalo dos grampos feitos pelo jornal sensacionalista britânico "News of the World", do magnata Rupert Murdoch."A matéria em si não diz nada. O grave é a violação da lei. O hotel já pediu uma investigação para a Polícia Civil e para a Polícia Federal. Isso é o equivalente ao que acontecia no Reino Unido, nas empresas do Murdoch".
Procurada, a revista não se manifestou.
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