quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Marcos Coimbra mostra a verdade e detona a imprensa


O governo e as pesquisas

Sociólogo e Presidente do Instituto Vox Populi
Marcos Coimbra sociólogo e presidente do instituto vox populi
Dilma está à frente de um governo amplamente aprovado pela população. Somente o consideram "ruim" ou "péssimo" 11% dos eleitores. A pesquisa foi encomendada para mostrar a queda e, como não a confirmou, foi para a geladeira.
Parece que a imprensa gostou do novo tipo de pesquisa que ela própria criou em junho: a pesquisa ignorada. Acaba de sair a segunda rodada, com trabalhos de campo realizados entre 2 e 5 de agosto. O instituto responsável é o mesmo Datafolha e a pesquisa tem muitas similaridades com a outra.
O mais interessante não é que os resultados de ambas sejam, basicamente, idênticos, mostrando que os níveis de aprovação do governo Dilma são elevados. A principal semelhança é a indiferença com que foram tratadas, igual àquela que os veículos dedicam às de origem dúbia, que podem até ser divulgadas, mas sem destaque ou comentário.

Como não é assim que os trabalhos do Datafolha costumam ser avaliados, o silêncio deve ter outra explicação. Talvez tenham sido acolhidos desse modo por não mostrarem aquilo que se achava que deveriam apontar.
É, no fundo, engraçado que um jornal mande fazer uma pesquisa ouvindo quase 5,3 mil pessoas (a um preço nada baixo) e a trate como material de segunda. Na edição em que foi divulgada, a notícia estava na primeira página, mas ocupava espaço igual ao do título que dizia que “Os paraguaios são a nova mão de obra das confecções do Bom Retiro” (o que, na melhor das hipóteses, é de interesse puramente paroquial).
É, também, curioso que um novo investimento tenha sido feito tão pouco tempo depois do anterior. Entre a pesquisa de junho, concluída no dia 10, e a de agosto, passaram-se apenas sete semanas, período bem mais curto que o padrão adotado pelo instituto no acompanhamento dos quatro últimos governos: seja nos de Fernando Henrique, seja nos de Lula, o normal havia sido fazer levantamentos a cada três meses (ou mais).
De acordo com a pesquisa, o governo Dilma é considerado “ótimo” ou “bom” por 48% dos entrevistados, taxa igual à de março (47%) e junho (49%). A presidente bisou o desempenho de Lula em novembro de 2007 (quando foi feito o terceiro levantamento do Datafolha naquele ano), superou o que ele alcançava em agosto de 2003 (que tinha sido de 45%), o de FHC em setembro de 1995 (que fora de 42%) e, de longe, o dele em setembro de 1999 (de apenas 13%, em função da volatilidade da moeda naquele momento), sempre de acordo com o instituto paulista.
Em outras palavras: Dilma está à frente de um governo amplamente aprovado pela população. Somente o consideram “ruim” ou “péssimo” 11% dos eleitores, o que quer dizer que apenas uma em cada 10 pessoas está insatisfeita.
Na imprensa, os poucos que discutiram os números ficaram mais preocupados em desmerecê-los que explicá-los, o que se evidenciou no intenso uso de conjunções e locuções que os gramáticos chamam “subordinativas concessivas” (embora, apesar de, não obstante, etc.), em construções como “apesar da crise, ainda desfruta...”, “mesmo com as demissões (de ministros) mantém...”, “48% aprovam apesar de...”.
Se os cidadãos vissem o governo através dos olhos da chamada “grande imprensa”, não faria, de fato, sentido que o avaliassem de maneira positiva. A rigor, se o Brasil retratado por ela coincidisse com aquele que a população experimenta na sua vida, o que deveríamos ter era uma inversão nas proporções de aprovação/reprovação.
Ao que parece, não é isso que acontece. O Brasil vivido pela vasta maioria dos brasileiros não tem quase nada a ver com aquele que aparece nessa imprensa.
Sempre se pode dizer que o povo é ignorante e que aplaude o governo porque não sabe de nada. Sempre se pode adotar um tom de pretensa superioridade, de quem acha que a popularidade de Dilma (e de Lula) se explica pelos R$ 10 que o cidadão paga de prestação pela torradeira. Sempre se pode achar que os pobres pensam com a barriga e só os bem nascidos com o intelecto.
O certo é que havia uma expectativa de que Dilma caísse nas pesquisas. Maior que a que existia em junho, quando da “crise Palocci”, pois tudo teria piorado: mais “crises”, mais “desgastes”, mais “preocupações”.
A pesquisa foi encomendada para mostrar a queda e, como não a confirmou, foi para a geladeira. O mesmo destino que teve a antecedente e que terão as próximas. Até que saia uma em que ela oscile negativamente. Aí teremos o carnaval que vem sendo postergado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não nascí hoje e sou formado nas esquinas dos aflitos. Sou estudioso e leio muito. Mas o meu forte é uma vida intensa - no corpo a corpo da situação e me considero um PHD da alma brasileira. Dalva de Oliveira foi um fenômeno na música brasileira, assim como Silvio Caldas, Orlando Silva e Nelson Gonçalves. O inconsciente coletivo conserva traços fundamentais da síntese da alma brasileira e outro artista que tem penetração em todo o Brasil é o Zeca Pagodinho. Sua simplicidade, a malandragem bem encaixada e uma voz que cala fundo na alma do brasileiro. Tudo isto, para dizer que identifico na Presidenta Dilma, posturas e sinceridade nas palavras que agradam profundamente o povo brasileiro. O rosto expressa verdade, os gestos não tem os rituais estudados televisivos e a fala é o seu ponto forte. A voz da mãe que cuida dos seus filhos - a palavra bem colocada e que alerta para as verdades de um mundo em ebulição. SE A ECONOMIA NÃO ESTIVER BEM - NOSSO CALOR HUMANO FARÁ A DIFERENÇA - PRESIDENTA - O POVO TE AMA !!