sábado, 13 de agosto de 2011

O BRASIL E SEUS FILHOS


Delúbio Soares (*)
O Brasil, depois de mais de 500 anos de vida, enfim pode assumir a paternidade de seus filhos. E o fez de uma forma exemplar, decidida e generosa, não se furtando a estender a mão a milhões deles que viviam no limiar da miséria, por sobre a tênue divisa que separa a pobreza da fome. Nosso país, com atraso de séculos, mas ainda a tempo, está cumprindo seus compromissos inadiáveis com os filhos desta pátria amada.
Durante os anos 90, a chamada “década perdida”, quando a moda era entregar o patrimônio público a preço de banana, exorcizar a “herança de Getúlio Vargas”, combater o “Estado paternalista”, tachar de “anacrônico” e de “arcaico” tudo o que não rezasse pela cartilha do neoliberalismo mais frio e ortodoxo, nosso país virou as costas para seus filhos. Não se comportou como pai, sequer como padrasto: foi implacável inimigo dos direitos trabalhistas, das conquistas sociais, dos avanços institucionais e políticos da grande massa trabalhadora. Tristes tempos, cuja lembrança é dolorosa, mas necessária.
A expressiva maioria dos brasileiros sentiu o gosto amargo do abandono e do desamparo. O desemprego, as dificuldades de sobrevivência, a inflação galopante, o achatamento salarial, as humilhações de um país onde o presidente desqualificava os aposentados chamando-os de “vagabundos”, um desprestígio internacional jamais visto e a auto-estima abaixo de zero eram os ingredientes que se caldeavam para deprimir os brasileiros e não permitir que eles amassem, mais ainda, um país que deveria cuidar de cada filho seu, protegê-los, dar-lhes garantias e resguardar-lhes direitos. Não era assim.
O Brasil cobrava os deveres de cada um, mas não retribuía aos seus cidadãos com uma vida melhor e um país mais justo. Havia uma diferença abissal, imensa e impressionante entre o país que almejávamos e o que tínhamos. A exclusão social, refletida num quadro de clamorosa injustiça econômica e ausência de oportunidades, era a regra de um Brasil concebido para uma pequena elite e sem qualquer compromisso com a grande massa trabalhadora

Lembro-me de um filme belíssimo, do grande cineasta argentino Fernando Solanas, onde se retrata o sofrimento dos exilados argentinos durante a ditadura militar e o amargura dos que ficaram naquela Nação-irmã durante os anos de chumbo. Premiadíssimo, “Tangos, o exílio de Gardel”, é encerrado por uma cena tocante, onde um grupo de jovens filhos de exilados em Paris, entoa linda canção que fala de “um país que me ajude a viver”. Separados de sua terra pelo Oceano Atlântico, pela ditadura militar e pela saudade, persistiam no amor por um país que mal conheciam e com o qual sonhavam. Isso jamais me saiu do pensamento: os países devem ajudar os povos a viverem melhor. Essa é a função principal dos governo s, dos regimes, em qualquer época, em qualquer situação, em qualquer continente, sob qualquer aspecto.
Conseguimos o que muitos julgavam impossível: hoje vivemos num Brasil que está resgatando enorme dívida social, correndo atrás do prejuízo de décadas e séculos de descaso para com seu povo mais humilde e lançando as bases de uma Nação vitoriosa e desenvolvida. Vivenciamos um tempo que jamais esperamos presenciar: o de um Brasil que atravessa incólume os temporais causados pelas crises econômicas internacionais, sem que isso represente qualquer perigo ou dano. Atingimos a maturidade política, econômica e social. E isso vem se refletindo de forma eloqüente e insofismável em diversos fatos e dados. Enquanto os Estados Unidos, enfrentando lamentável e inédita crise, vêem sua credibilidade esvair-se e tem sua categoria no mercado econômico internacional rebaixada pela Standard & Poors, outra importante agência de classificação de risco, a japonesa Rating and Investiment Information, elevou a classificação dos títulos emitidos pelo Brasil, demonstrando a solidez de nossa economia e a competência da condução empreendida pelo governo do presidente Lula e consolidada pelo da presidenta Dilma Rousseff.

Há tanto para se fazer no Brasil... Mas já recuperamos muito do que deixou de ser feito, do que era inadiável, do que devíamos para mais de 40 milhões de irmãos nossos que saíram de condições desumanas e hoje estão agregados ao mercado consumidor, com melhores condições de vida, trabalho, saúde, alimentação e moradia. Os avanços na área da educação são impressionantes! As gerações que estão sendo preparadas nos bancos escolares e as que já disputam o mercado de trabalho são, seguramente, um retrato fiel do Brasil competitivo, trabalhador e brilhante que desponta como um d os líderes do planeta no século XXI.
Pensei em escrever sobre o Dia dos Pais. Lembrar meu velho e adorado pai, “seo” Catonho, agricultor lá em Buriti Alegre, no interior goiano. Falar de sua força de trabalho, de seu caráter inquebrantável, de sua reconhecida bondade, da lucidez absoluta de um homem do povo. Não é necessário - já que nossos sentimentos mútuos se expressam por um simples olhar - até por uma ironia imensa do destino: semi-alfabetizado ele formou os quatro filhos e é mais sábio que todos eles. Então, transfiro a homenagem ao país que assumiu grandiosa paternidade, não abdicou de suas responsabilidades e está ajudando seus filhos a viverem melhor.
(*) Delúbio Soares é professor







9 comentários:

Anônimo disse...

Viva ao Brasil. PSDB entreguista nunca mais.

Fernando disse...

Infelizmente ainda resta brasileiros que não desejam o melhor para o seu país. Tucanos entreguistas nunca mais.

Renato disse...

Espero que os partidos, (PSDB, DEM e compania), que comandaram o brasil na decada pertida não voltem nunca mais.

Thiago disse...

Brasil acima de tudo. Abaixo somente de deus.

Fernando disse...

Sou economista. E é ridiculo afirmar que a politica economica do PT é igual ao do PSDB, a politica economica do PSDB é uma politica neoliberal totalmente esposta a crises financeiras e condenada a um crescimento ridiculo, enquanto a politica do PT é uma politica voltada totalmente para o Brasil e causando um grande avanço, tanto social quanto economica.
O PSDB governou 8 anos com uma boa politica macroeconomica erdada do governo anterior, e nestes 8 anos eles provaram ser totalmente incompetentes, "mesmo com a boa politica cambial do governo anterior eles não conseguiram implantar uma boa politica economica mostrandose um verdadeiro fracasso e entregando uma economia em frangalhos para o governo Lula".
Existe um mar de diferenças entre politica cambial e politicas economicas. Politicas cambiais não se mudam, (nenhum país muda a sua moéda de um governo para outro), ja a politica economica muda de governo para governo. E neste critério o PT foi infinitamente superior ao PSDB.

Lucas disse...

O PT (Partido dos Trabalhadores) preza por desenvolvimento economico, desenvolvimento social, e o bem estar do cidadão brasileiro. Ja o PSDB quanto pior para o Brasil melhor para eles).

Ricardo disse...

Estaremos sempre juntos com a Dilma.

Anônimo disse...

Por acaso caí neste blog e quase tive um ataque de nervos...de ver a hipocrisia do articulista em questão.Aliás,não é hipocrisia,ele crer mesmo no que díz,o que é bom para ele e péssimo para os crédulos abduzidos.
Por favor gente boa comentarista deste blog,com o devido respeito às vossas opiniões,continuem acreditando,isso fará bem ao vosso ego.Entretanto,é um salto no escuro sem para-quedas.
Uma das benesses da democracia é que somos livres para nos expressar sem ofender e desrespeitar os contrários.FELÍZ DIA DOS PAIS!!!

hugo disse...

Serenidade e confiança. O estilo do Delúbio revela a paz da consciência e um desejo incomensurável em melhorar a vida do povo brasileiro. O desejo de servir é a maior garantia de uma vida plena de paz e confiança. QUE O FUTURO LHE TRAGA SORTE !