quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Veja, Marilena Chaui e o verdadeiro crime organizado

A Fórum que fechamos na noite de ontem por ser comemorativa dos 10 anos da publicação vai trazer as 10 entrevistas mais importantes da história da revista. Entre elas, uma da filósofa Marilena Chaui concedida em 2006, pouco antes da reeleição do presidente Lula.
Num dado momento a entrevista com Chaui se direciona para a questão da violência, da segurança, da criminalidade e a filósofa faz a seguinte ponderação:
“A minha tendência é fazer uma análise da estrutura autoritária hierárquica da sociedade e desvendar em cada aspecto da sociedade brasileira o exercício da violência. Você tem o racismo, o machismo, o preconceito de classe, o preconceito religioso, todas as formas de preconceito, a enorme desigualdade econômica, a exclusão social, política e cultural. Se vier a analisar cada um desses aspectos, vai ver que eles têm como mola propulsora e como núcleo estrutural a violência.”

E depois segue seu discurso indo ainda mais diretamente ao ponto:
“Crime organizado mesmo é aquele do fabricante de armamento, do fabricante da droga, do cara que mora no Morumbi num palácio com guarda na porta e cachorro latindo. Esse é o crime organizado. O crime organizado é o Bush, são as companhias de petróleo, são as companhias de fabricação de arma, isso é o crime organizado. (..) E muito bem organizado, tanto que não é chamado de “crime”.
Ao abrir a Veja desta semana a primeira coisa que me veio à mente foi a entrevista de Chaui.
Qual é o papel da revista Veja na sociedade brasileira? Qual o segmento da sociedade que ela organiza? Quais são os valores que ela defende? Como ela se relaciona com os movimentos que defendem direitos? Que tipo de contribuição ela tem dado ao jornalismo? Que tipo de contribuição ela tem dado para diminuir o crime, o preconceito, a violência…
A revista Veja se tornou um produto organizador de um pensamento de linha autoritária e com contornos fascistas. Organizador de uma visão de mundo onde o vale tudo permite não só instalar câmeras espiãs em corredores de hotéis, como fazer qualquer outra coisa em nome de atingir os objetivos do grupo que representa.
O que Veja faz hoje não tem nada a ver com um jornalismo de direita. Não é também a necessária “voz do contraditório” que fortalece o processo democrático.
O que Veja faz hoje é próprio de grupos organizados. E de grupos que se organizam com interesses bastante cristalinos, cujo fim é a captura do Estado e o amordaçamento da sociedade.
Não basta mais apenas denunciar o jornalismo esgoto de Veja. É preciso impedir que ele se reproduza. É preciso agir da mesma forma como a sociedade inglesa fez com as organizações Murdoch.
A se provar que Veja usou de artifícios criminosos para em tese fazer jornalismo, é hora de exigir na Justiça que o panfleto dos Civita tenha o mesmo destino do News of the World.
Antes que o esquema de Veja sequestre o processo democrático que é tão caro à sociedade brasileira.

4 comentários:

SOCIOLOGIA NO LANCHE disse...

Aproveito esse espaço para publicar a minha sugestão para uma possivel volta da CPMF. Obrigado e espero que este chegue a quem pode aproveitá-lo (Dilma).
"Se o governo criasse uma espécie de DCPMF, isto é, em uma data do ano, um ano depois, digamos, os cidadãos poderiam receber de volta o que lhes foi descontado de CPMF se provar que é Baixa Renda? Assim, como é feito com o Imposto de Renda. Assim, os mais pobres estariam preservados e seria uma poupança. Abraço".

Anônimo disse...

Querido, eles não querem abrir mão de nada, até no que o governo tem obrigação tenta tirar mais do povo, EMENDA 29, para saúde Dilma quer que tenha novas fontes de impostos, o dinheiro que o país gera que deveria ser usado para esses fins eles dizem não ter, ela não quer abrir mão, nova carga tributária para aprovação da emenda, tudo que é para o bem do povo tem um porém, temos a saude em plena decadência, educação e segurança.... pois mais uma vez eu digo, pobre não tem vez nem no direito de retorno dos altos impostos imposto pelo governo, a regra é tirar e tirar.

"Mesmo com os cofres cheios até a tampa, o governo e o PT começam a articular a ressureição da CPMF. A desculpa é a necessidade de fazer frente a novos gastos com saúde. O Planalto botou o bode tributário na sala para ver se posterga a votação da regulamentação da emenda 29 e escapa de ter de investir mais em hospitais e na melhoria do atendimento à população.

A presidente da República disse ontem, em Pernambuco, que não aceita receber “presente de grego”, mas parece não se incomodar em empurrar um para a sociedade. Diante da possibilidade de a regulamentação da emenda 29 ser levada à votação no fim de setembro, Dilma Rousseff cobrou dos parlamentares que apontem fontes de recursos para a criação de novas despesas.

Imediatamente, como num passo sincronizado de balé, líderes petistas passaram a defender, em Brasília, a volta da CPMF, agora chamada de Contribuição Social da Saúde (CSS). Tudo combinado.

Em tramitação há 11 anos, a emenda 29 já está em vigor, mas carece de regulamentação. Falta estabelecer o percentual que a União deve aplicar no setor – hoje se gasta com saúde, em média, 6% a 7% da receita líquida federal. Municípios investem 15% e estados, 12%. Também falta clareza quanto a quais dispêndios podem ser computados como gastos em saúde.

A intenção de avançar sobre o bolso do contribuinte para financiar a saúde não é nova....."

Anônimo disse...

É UM ABSURDO O GOVERNO FEDERAL DAR TANTOS RECURSOS AOS CRIMINOSOS ORGANIZADOS DO PIG.É PRECISO ACABAR COM ESTA SANGRIA.DO CONTRÁRIO ELES SE APROPRIARÃO DO ESTADO E O PRIVatizarão por completo destruindo a democracia que anda temos.

Anônimo disse...

OS QUE QUEREM A PRIVATIZAÇÃO DO SETOR ESTATAL DOS BANCOS FAZEM PARTE DA LISTA DOS TRAIDORES DO POVO E NÃO DOS QUE O AMAM.GOSTO CADA VEZ MAIS DA NOSSA PRESIDENTA.OS JUROS CAIRAM E O POVÃO FOI FAVORECIDO.MAS É PRECISO CUIDADO COM BANQUEIROS PRIVados.eles são inimigos dos que protegem o povo da ganancia dos agiotas.