segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Rumo a terceira torre?

Um calote da Grécia poderá ter efeito equivalente à  explosão de uma terceira torre do World Trade Center no combalido sistema bancário europeu e mundial. Milhares de pessoas foram às ruas da Grécia neste sábado para protestar contra o arrocho econômico que jogou o país na pior recessão da sua história. Na próxima quarta-feira, 14,  o FMI faz uma reunião de emergência para discutir o iminente colapso grego.  Rumores crescentes de que a economia está perto de um calote obrigaram o  primeiro ministro , o social-democrata Yorgos Papandreu, a fazer um pronunciamento neste sábado na tentativa de transmitir confiança aos mercados. Enquanto as ruas de Tessalônica, cidade onde se pronunciou, literalmente pegavam fogo, Papandreu asseverou, cuspindo gasolina: ‘Iremos até o fim'.  O fim é entregar aos credores um corte de 3 pontos no déficit público, que deveria cair de 10,5% para 7,5% até dezembro.
"Nem vendendo a Acrópole", declarou recentemente o economista Luiz Gonzaga Belluzzo sobre a viabilidade de se equilibrar um déficit desse calado sem expansão econômica, apenas  com arrocho fiscal.  Os termônetros em Atenas mostram uma queda (anualizada) de 7,3% do PIB no 2ª trimestre; o  desemprego gira em torno de 17% -- passa de 30% entre os jovens. O índice de suicídio na Grécia cresceu 40% na crise. Essa é a octnagem do aeroplano que avança em rota de colisão com a já fumegante arquitetura da zona do euro. Papandreu tem até outubro para convencer os credores de que ‘controla a situação'. No idioma ortodoxo isso significa entregar  78 bilhões de euros em cortes de gastos e privatizações, ademais de cumprir ‘a prosaica'  tarefa de demitir e jogar mais 150 mil funcionários públicos nas ruas conflagradas do país. Esse é o plano de 'recuperação' que a ortodoxia oferece à sociedade grega. Sem apresentar provas concretas de que mergulhará o país nesse vertiginoso precipício, Papandreu corre o  risco de não receber a segunda tranche de socorro dos credores, de oito bilhões de euros. O  Estado praticamente não tem orçamento para governar a Grécia nesse momento. A máquina pública está paralisada.  Os principais atingidos pela eventual suspensão dos pagamentos  seriam bancos europeus que detém 81% do total dos 300 bi de euros da dívida grega. Essa é apenas a ponta do icebergue do pesadelo bancário europeu, cuja exposição em títulos de governos passa de três trilhões de euros. Um elo dessa corrente que se rompa poderá arrastar todo o resto. O efeito na economia mundial seria similar a um novo setembro de 2001. Ser a espoleta dessa explosão é o único trunfo nas mãos da Grécia. Papandreu prefere imolar-se. As ruas divergem. A semana será nervosa

2 comentários:

Freitas disse...

Muito se tem dito a respeito dos dez anos decorridos ao trágico golpe terrorista que destruiu as torres do World Trade Center que vitimou cerca de tres mil inocentes, mas pouco se tem dito da represália americana no Afeganistão e Iraque cujas vítimas, muitas delas, crianças e cidadãos civis tiveram suas vidas ceifadas sem dó e piedade, isto, sem contar as outras vítimas que antecederam ao onze de Setembro, como Iroshima e Nagasaki, Coreia e Vietnam. Afinal das contas, quem na realidade são os VERDADEIROS TERRORISTAS ???

Anônimo disse...

PARABENS freitas.FALOU COM PROPRIEDADE.FALOU VERDADES QUE PRECISAM SERE DITAS.