Toda a sociedade democrática precisa ter, pelo menos, três instituições básicas: imprensa livre, partidos políticos fortes e entidades sindicais livres e soberanas, com dirigentes sindicais representativos e comprometidos com a verdade, os trabalhadores de base e a justiça social.
No episódio das greves da Construção Pesada no primeiro semestre de 2011, e que foram amplamente divulgadas pela mídia, o Brasil inteiro teve a oportunidade de conhecer um pouco da realidade dos trabalhadores da construção pesada dos canteiros de obras de infra estrutura espalhados pelo país afora, das condições de trabalho quase desumanas a que são submetidos diariamente milhares de trabalhadores, além dos péssimos salários pagos, inclusive a trabalhadores com especialização.
É uma situação que contrasta com o “boom” econômico que estamos passando: lucros recordes de empresas de todos os setores (principalmente os da construção pesada), investimentos gigantescos em obras de infra estrutura, arrecadação em alta, desemprego em baixa, falta de mão de obra qualificada em quase todos os setores da economia. O país cresceu, evoluiu, mas a estrutura sindical e as relações no trabalho continuam nos mesmos moldes do século XVIII, e as empreiteiras teimam em mandar nos sindicatos como mandam em alguns políticos brasileiros.
É por isso que a democracia precisa de um movimento sindical representativo, livre, soberano e de Luta, para trazer justiça e equilibrar a relação de forças entre os patrões e trabalhadores para evitar a exploração e garantir a nossa justa parcela no lucro que nós ajudamos a gerar.
É uma luta árdua e antiga, que começou muitos anos atrás (na verdade, no século XVIII), com o surgimento da empresa capitalista moderna, onde o trabalhador é visto pelas empresas como um mero instrumento uma peça em uma engrenagem para alcançar seus objetivos de lucro e produção. As greves do começo do ano foram, acima de tudo, um grito de alerta e um grande desabafo de uma categoria que teve nestes movimentos um grande e intenso exercício de democracia. Os trabalhadores exerceram o seu sagrado direito de reivindicar e de lutar por melhores condições de trabalho, a imprensa deu ampla cobertura e diversos setores da sociedade prestaram apoio e solidariedade aos companheiros da Construção Pesada e civil.
A partir destes movimentos o Governo Federal as entidades patronais nacionais e a mídia passaram a reconhecer a Construção Pesada esta grande categoria que anonimamente sempre construiu o Brasil nas grandes obras de infra estrutura. Com esta explosão de mobilizações que segue ate hoje com as greves nos estádios da copa 2014 como as greves do Maracanã, do Mineirinho, do Fonte Nova entre varias outras greves, dai surgiu a Mesa Nacional da Melhoria das Condições de Trabalho na Construção, já ocorreram varias reuniões nos da Fenatracop (Federação Nacional dos Tra
A partir destes movimentos o Governo Federal as entidades patronais nacionais e a mídia passaram a reconhecer a Construção Pesada esta grande categoria que anonimamente sempre construiu o Brasil nas grandes obras de infra estrutura. Com esta explosão de mobilizações que segue ate hoje com as greves nos estádios da copa 2014 como as greves do Maracanã, do Mineirinho, do Fonte Nova entre varias outras greves, dai surgiu a Mesa Nacional da Melhoria das Condições de Trabalho na Construção, já ocorreram varias reuniões nos da Fenatracop (Federação Nacional dos Trabalhadores nas Industrias da Construção Pesada) participa juntamente com a CNTIC (Confederação Nacional dos Trabalhadores da industria da Construção), tanto da Mesa deliberativa com os presidentes das cinco maiores centrais sindicais, quanto do Grupo técnico de trabalho que negocia com as entidades nacionais patronais (Sinicom e CBIC) quanto com os ministérios envolvidos nas negociações coordenados pela Secretaria Geral da Presidência da Republica.
Estamos na Mesa sempre com o compromisso de garantir melhorias de condições de vida, trabalho e salario aos trabalhadores da Construção Pesada, ate agora já acordamos três documentos importantes que vão garantir direitos e melhoria de condições de trabalho, o Primeiro documento na área da Intermediação e Contratação de Mão de Obra acabando e colocando na total ilegalidade os chamados Gatos (intermédia dores de Mão de Obra não oficiais), o Segundo documento de Formação e qualificação Profissional, e o terceiro documento de Segurança e saúde no trabalho, ampliando a defesa dos trabalhadores em face aos acidentes e doenças profissionais, estes três documentos já foram acordados e assinados pelo Governo Federal, pelos Empresários e pelos trabalhadores.
Faltam ainda mais três documentos que estão em discussão e que ampliam os direitos sindicais e dos trabalhadores, um documento de Condições de Trabalho nas Obras, outro de garantia de organização por local de Trabalho nas obras e outros de garantias e direitos das comunidades afetadas pelas obras, estes documentos estão em discussão no Grupo de Trabalho Técnico e nos próximos dias estarão na Mesa nacional para serem aprovados e assinados.
Será a primeira vez que os trabalhadores da construção terão um estatuto de direitos acordado a nível nacional e com grande amplitude de direitos garantidos, nos da Fenatracop estaremos nas negociações da mesa ate a feitura do acordo, mas continuaremos atuando juntamente com os sindicatos Filiados na ação sindical direta nas base, desta forma estaremos exercitando o direito a negociação e o direito de luta e de Greve, que para nos e um direito fundamental e sagrado.
Nós, da FENATRACOP, temos muito orgulho de fazer parte de uma categoria forte, determinada e corajosa, que não se curva diante da intimidação e a ameaça. Nos orgulhamos também de termos contribuído nas negociações para trazer uma solução favorável aos trabalhadores, que são a nossa única razão de existência da entidade. As negociações ainda não terminaram, mas podemos registrar uma incontestável vitória: depois destes movimentos, o movimento dos trabalhadores da construção nunca mais serão considerados de segunda categoria, e particularmente o mundo da construção nunca mais será o mesmo.
Negociar, organizar e Lutar estas são os nossos objetivos.
Wilmar Gomes dos Santos - Soldador, Presidente da Fenatracop, Secretario Geral do Sintepav-SP, Diretor de Formação da CNTIC.
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