domingo, 2 de outubro de 2011

Jesus Cristo e a paíxão dos homens


“O Filho de Deus anunciou, por diversas vezes, a Sua morte, muito antes de ser crucificado, principalmente àqueles que compartilhavam, cotidianamente, de Sua presença, como os apóstolos”.

Todo ano, no período da Semana Santa, a grande maioria dos povos ocidentais relembra e pensa sobre Aquele que veio ao mundo para nos salvar dos pecados e nos redimir perante a vida e a Deus, criador da existência humana e de tudo aquilo que nós vemos e sentimos, compreendemos e não conseguimos compreender.


A Paixão de Cristo é o maior exemplo de amor e postura ética e moral que a humanidade teve o privilégio de conhecer, pois, por intermédio Daquele que foi mortificado, os homens e as mulheres puderam conhecer a Palavra, que é o próprio Verbo em toda sua Verdade, em toda sua Essência.

Jesus Cristo, Deus que veio ao mundo dos homens e se transformou em carne para demonstrar todo seu incomensurável amor, foi cruelmente flagelado e depois sacrificado ao levar a Cruz até o alto do monte Gólgota, quando, então, foi crucificado.


E, antes de morrer, o Filho de Deus disse: “Está consumado”, para logo entregar Seu Espírito a Deus. Mas uma pergunta até hoje (dois mil anos após a crucificação de Cristo) insiste, periodicamente, voltar à tona e causar celeumas, discussões, traumas, acusações irracionais e até guerras, quase todas ímpias e dolorosamente injustas para com Aquele que nos glorificou com o Verbo — o caminho da verdade de nossas existências.

A pergunta absurda é esta: Quem matou o Cristo(?), e ela passou novamente a ser tema circunstancialmente de forma polêmica na sociedade em âmbito mundial, como ocorreu quando entrou, por exemplo, no circuito de cinemas há alguns anos o filme do ator e diretor norte-americano Mel Gibson, com o seu “A Paixão de Cristo”.

A resposta, para mim, é que ninguém, especificamente, matou Jesus Cristo, porque o Mestre inúmeras vezes deixou claro que Sua morte era um plano de Deus no que é relativo à Sua generosidade com a humanidade, por intermédio de Seu incomensurável amor. O Filho de Deus anunciou, por diversas vezes, a Sua morte, muito antes de ser crucificado, principalmente àqueles que compartilhavam, cotidianamente, de Sua presença, como os apóstolos.

Jesus, tal qual a um cordeiro, ofereceu-se a Deus em oferta de holocausto. Por isso é que Pedro diz: “O cordeiro sem mancha e sem contaminação (…) destinado desde antes da fundação do mundo” (1ª Pedro 1:20). Deus considerou que o sacrifício foi suficiente para evitar o juízo que os pecadores estavam a merecer. Por causa da oferta do corpo de Cristo, a justiça divina ficou completamente satisfeita.

Por sua vez, Deus aceita o sacrifício de Jesus como pagamento pelo resgate do homem, pois o pecado é o que nos separava Dele. E é por esse motivo que Jesus está sentado à direita do Pai. Como se percebe, a Paixão de Cristo é a Nova Aliança, onde Deus se fez carne para livrar os pecados do mundo. Ninguém, nenhuma denominação religiosa específica, nenhuma nacionalidade ou etnia, é responsável pela morte de Cristo.

Adão, simbolicamente quando de seu pecado, fez com que sua descendência tivesse como herança o mesmo pecado. Sua prole, igualmente pecadora, teve como punição a morte eterna. E é neste ponto, em relação ao pecado e, conseqüentemente, à morte, que o sacrifício de Jesus nos justifica perante o Pai Eterno, por intermédio da redenção de nossos pecados, que propicia a salvação àquele que acredita em Jesus e segue os seus ensinamentos.

Portanto, a morte de Jesus Cristo era necessária e inevitável, como relata 1 Coríntios 11.23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas às vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas às vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”.

Quatro mil anos antes de Jesus Cristo surgir na Terra, Moisés anunciou a primeira Aliança, como relata Êxodo 24.6-8, na qual “Moisés tomou metade do sangue e o pôs em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar. E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: “Tudo o que falou o Senhor falemos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da Aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras”.

Jesus Cristo veio a este mundo para servir e não para ser servido. Veio para dar sua vida em resgate por muitos, conforme relata Mateus, 20.22-28. Está mais do que na hora de acabarmos com discussões estéreis, que não levam a nada, a não ser à discórdia entre os homens, as raças, as nações, as religiões e as diversas ideologias.

Jesus Cristo foi morto não por judeus e romanos, no que tange à culpa da etnia e da nacionalidade dos mesmos. Isto é secundário. Cristo foi morto por homens que moravam na Palestina, que governavam militarmente e politicamente a Palestina (os romanos) e os que controlavam a religião e a economia na região (os sacerdotes judeus).

Se Jesus estivesse em outro local, em outro região ou em outro continente, certamente também seria morto, pois desde o tempo de Moisés sua morte era prevista, bem como o próprio Cristo a anunciou. O filme de Mel Gibson é apenas mais um filme sobre a inigualável história de Jesus Cristo, não cabendo espaço para celeumas e discussões iníquoas e acusatórias. Jesus é o Filho de Deus.

Davis Sena Filho

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