O livro Pedro e os Lobos – Os Anos de Chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano, do jornalista João Roberto Laque, acaba de ser indicado para a final do mais tradicional prêmio literário brasileiro
Em apuração realizada pela Câmara Brasileira do Livro no último dia 21, Pedro e os Lobos foi apontado como um dos finalistas ao Jabuti na categoria livro-reportagem. E a indicação vem a calhar num momento em que o país é governado por uma ex-companheira de Pedro Lobo na luta armada e se discute a implantação de uma comissão da verdade no Congresso para apurar os crimes acontecidos durante a ditadura militar.A obra narra, com linguagem ágil e envolvente, todo o período que vai da posse de Jânio Quadros ao fim do governo João Figueiredo. E, para levar ao leitor um painel dos 'Anos de Chumbo' a partir da ótica da guerrilha, o autor usa como fio condutor a vida de Pedro Lobo de Oliveira, um dos mais aguerridos combatentes urbanos da época.
Laque diz que a maioria dos brasileiros ainda desconhece os detalhes da guerra travada entre os combatentes da esquerda armada e os militares nesse período. “Na última campanha presidencial, por exemplo, cansei de ouvir a frase: — Se a Dilma foi presa no passado, é porque alguma coisa ela fez. Então, essa mulher não pode ser presidente do Brasil! Isso é fruto de pura desinformação.”
O jornalista acredita que, a partir dessa indicação e do possível prêmio, seu trabalho ganhará mais visibilidade. “Existe um enorme preconceito por parte da grande imprensa e das redes de livrarias em relação a obras literárias produzidas de forma independente. Com este aval dado pelos jurados do Jabuti, colocando meu nome ao lado de grandes ícones do jornalismo literário, como Laurentino Gomes, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura e Ricardo Kotscho, ganho a possibilidade de tentar quebrar essas barreiras”.
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