sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nova passeata da Globo: a ressaca dos derrotados

Por Gilson Caroni Filho
Os movimentos que saem da internet para ganhar as ruas, longe de ser a "primavera" com que sonham – ou fingem sonhar – seus reais mentores, têm se mostrado um melancólico outono dos tradicionais dispositivos de agenciamento midiático.
Os brasileiros, que tiveram de passar 20 anos, lendo nas entrelinhas, especulando a partir de meias palavras ou interpretando – procurando interpretar – as rudes reações viscerais trazidas ao público por aqueles que detinham o poder, têm hoje olhos e ouvidos apuradíssimos para entender o que há por trás de cada episódio do cotidiano, por mais irrelevante que possa parecer à primeira vista. É isso que o baronato midiático parece não ter entendido ao continuar patrocinando atos que, a pretexto de combater a corrupção, têm como objetivo esvaziar a política.

Os movimentos que saem da internet para ganhar as ruas, longe de ser a “primavera” com que sonham – ou fingem sonhar – seus reais mentores, têm se mostrado um melancólico outono dos tradicionais dispositivos de agenciamento midiático. Submersos na crise do imobilismo de suas bases, resta à velha direita o consolo de platitudes publicadas para justificar mais uma tentativa fracassada. O saldo de mais um insucesso ora é debitado à boa situação da economia brasileira ora a uma estranha lógica binária, como a apresentada pelo professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro, na edição de 13/ 05, de O Globo.
“O problema na luta contra a corrupção é que ela está tomada pelos partidos. E é uma lástima que as pessoas usem isso contra o partido oposto”. Mas a que se refere o renomado acadêmico? A característica do movimento não seria exatamente o seu reiterado “caráter apartidário”? Ou, sem se dar conta, Janine revela o fato que deveria permanecer oculto: o centro político da reação está agrupado no campo jornalístico oligopolista que assume para si o papel de partido de oposição.
O mesmo partido que deu sustentação a duas décadas de ditadura militar. O mesmo agrupamento que silenciou as emoções e expectativas da opinião pública durante os oito anos de desmando do tucanato. Que editou a realidade para ocultar as preocupações da população com o apagão, o descontrole cambial, a desnacionalização de partes substanciosas da produção e serviços nacionais, os rigores de uma política econômica que duplicaram as dívidas externas e internas e criaram seguidos déficits comerciais.
Desemprego, congelamento ou irrisórios aumentos salariais, ao lado de escândalos políticos e econômicos, pareciam fazer parte do cenário natural para os mesmos colunistas militantes que agora se arvoram em defensores de valores republicanos. Num conhecido jogo de espelhos, a defesa incondicional dos ditames do mercado é trocada, editorialmente, pela busca de posicionamento ético no trato da coisa pública. A guinada é tão mal-feita que não atrai o distinto público, como pudemos constatar nas manifestações de quarta-feira, dia da padroeira oficial do Brasil. No Rio de Janeiro, os manifestantes chegaram a hostilizar os que preferiram olhar o mar a ver a ressaca dos derrotados.
Para deixar claro qual o objetivo da TV Globo e de seus sócios menores nessa simulação barata, vale a pena reproduzir o que escreveu o ex-deputado Milton Temer (PSOL) em seu blog: “promover no Brasil uma onda semelhante à que lamentavelmente varre povos de potências capitalistas, que se reúnem em manifestações pontuais e conjunturais, mas que, pela abstenção nos processos eleitorais, por justificado ceticismo, permitem à direita mais reacionária manter o controle absoluto das instituições, ditas republicanas, que realmente deliberam sobre seus destinos, através do modelo de sociedade que desenham com suas leis e decisões dos poderes Executivo e Judiciário.”
O brasileiro sabe que, sempre que uma esperança se frustra (o que não é o caso do atual do governo), vem a decepção e é preciso criar alternativas. Sempre é preciso reconstruir caminhos, mas o que a grande imprensa apresenta é um atalho para o precipício.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

2 comentários:

http://www.luamansa.com/morrodobacobaco/ disse...

Meu comentário vai na forma de um post: http://www.luamansa.com/morrodobacobaco/?p=6343

abraços,
delman

Anônimo disse...

O BOLSA-FAMÍLIA É VITAL, DE EXTREMA IMPORTÂNCIA, DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA O POVO MAIS CARENTE, HUMILDE, QUE MAIS PRECISAM DO GOVERNO BRASILEIRO DO NOSSO PRESIDENTE LULA E DILMA E DILMA E LULA :

O SEGREDO DO SUCESSO DO GOVERNO POPULAR, GOVERNO DO POVO, POPULISTA, DO PRESIDENTE LULA:

Cidade
Mudanças no Bolsa Família reforçam o foco na proteção às crianças
Publicada: 21/09/2011 17:59| Atualizada: 21/09/2011 17:55





A Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), informa sobre as mudanças nas regras do Programa Bolsa Família (PBF), anunciadas pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que vão permitir que mais de 124 mil crianças baianas, com idade até 15 anos, sejam incluídas no programa.

Isso será possível porque o número de beneficiários por família foi ampliado de três, para cinco crianças e de um benefício por adolescente de 16 e 17 anos, para dois.


Gestantes - Entre as novidades anunciadas pela ministra está a inclusão no PBF de gestantes e mulheres em fase de amamentação, que passarão a receber, a partir de novembro, um benefício extra no valor de R$32 por mês.

Esse benefício só será dado a famílias que tenham no máximo quatro filhos com idade até 15 anos, de modo que o auxílio à gestante seja como o quinto benefício variável a que as famílias têm direito, não podendo ultrapassar o teto de R$ 160 por mês.

No caso das gestantes, o pagamento será por nove meses, e no período de amamentação por mais seis meses de benefício extra, além dos R$ 32 que já ganharia com o novo filho. Agora, o valor máximo dos benefícios sobe de R$ 242 para R$ 306. O médio passa para R$ 119 e o mínimo é de R$ 32. Com o aumento no número de crianças beneficiadas, o Bolsa Família reforça ainda mais o foco na proteção às crianças.


As famílias que estiverem com o cadastro em dia, em caso de existência de filhos ainda não assistidos pelo programa, terão o benefício ampliado automaticamente. Para os beneficiários que estão há mais de dois anos sem fazer revisão dos dados, ou tiveram alguma alteração no cadastro, como mudança de endereço, de escola ou renda deve comparecer, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ao Centro de Informação e Atendimento Social (Cias), situado na Rua Djalma Dutra, ou no posto avançado localizado no Instituto Municipal de Educação Professor José Arapiraca (Imeja), no Bairro da Boca do Rio.

É necessário informar endereço, renda familiar (de cada pessoa que possuir), composição familiar, cartão de vacinação, além da freqüência escolar. O prazo para atualização vai até 31 de outubro, quem não fizer o procedimento até a data limite terá seu benefício bloqueado a partir do mês de novembro. O programa atende mais de 12,8 milhões de famílias em todo o Brasil, 191.368 só em Salvador.

Publicada: 21/09/2011 17:59| Atualizada: 21/09/2011 17:55

http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=93980