Richard Jakubaszko
Assisti hoje, como milhões de brasileiros, ao Jornal Nacional. Raramente faço isso, hoje foi um "acidente de percurso", por ter chegado em casa mais cedo.
A série de reportagens, iniciada hoje pelo Jornal Nacional, sobre os agrotóxicos, quase me fez cair da poltrona onde estava confortavelmente instalado. O que vi foi uma avalanche de comentários críticos tendo por base uma pesquisa mal conduzida em 2010 pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, já discutida e criticada ad nausem, seja pelos exageros cometidos, pela metodologia ou pelas interpretações distorcidas. Alguém deve se lembrar que o então ministro da Saúde durante o Governo Lula, José Gomes Temporão, chegou a afirmar que não comeria mais pimentões.
Pois repetiram a dose. O Jornal Nacional requentou a notícia para os dirigentes da Anvisa, e os coleguinhas repórteres deitaram e rolaram no sensacionalismo, como se fosse uma bomba. Praticaram um jornalismo vil, sensacionalista, que apenas instala o pânico entre a população.
Sobre essa pesquisa, e a conduta de trabalho da Anvisa, publiquei aqui no blog, em julho último, um artigo (A Anvisa, a quem serve?) que esteve entre os mais lidos em toda a história deste blog: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2011/07/anvisa-quem-serve.html
Nesse artigo mostrei algumas das formas de atuar dessa entidade, a Anvisa, que deveria proteger, como diz seu nome, as questões sanitárias que dizem respeito à população, mas prefere fazer sensacionalismo midiático e criar pânico, pois essa é a opção pessoal de seus dirigentes.
Em outro artigo, "Tudo o que você precisa saber sobre agrotóxicos", este de novembro 2011, http://richardjakubaszko.blogspot.com/2011/11/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre.html mostrei como funcionam os agrotóxicos, e exibi declarações, tanto de técnicos do Ceasa-SP, como de um médico da Unicamp, que desmentem frontalmente as afirmações da Anvisa através dessa pesquisa que ressuscitaram hoje e que o Jornal Nacional vergonhosamente requentou, como se fosse notícia novíssima.
Quais são os interesses por trás desse autêntico banditismo jornalístico? No jornalismo da TV Globo não há inocentes, nem gente mal informada. Sabiam que a pesquisa foi feita em meados de 2010. Por que a requentaram, como se fosse notícia nova? Jornalismo requentado na área política é comum, mas não em casos de saúde pública. A TV Globo deveria se explicar, na minha modesta opinião.
Na Anvisa, parecem demonstrar falta do que fazer e dizer, ou então tentam reunir forças para estabelecer, quem sabe, uma consulta pública. Ou coisa pior.
O desserviço à população é o medo, o pânico generalizado, fará milhares de mães alimentarem mal seus filhos e suas famílias, sem verduras e legumes por muitos dias.
É óbvio e evidente a baixa significativa dos preços nos próximos dias. Muitos agricultores, se estiverem com alguma dificuldade financeira hoje, quebram nos próximos dias, inapelavelmente, pela irresponsabilidade "parceira" da Anvisa e do Jornal Nacional. Uma vergonha essa atitude, para os serviços públicos e para o jornalismo.
Cadê os bispos do Brasil? Ou melhor, cadê os procuradores do Ministério Público, alguém vai questionar isso?
2 comentários:
Acabo de ver que a rede globo, "principal cabo eleitoral da direita", esta tratando de derrubar outro ministro. Isso é a unica coisa que resta para o PSDB, tentar ganhar eleições através golpe midíatico, até porque se depender de sua competencia vai ficar dificil eleger até vereador. "A globo ainda vai eleger o seu segundo presidente depois do Collor".
Joseph Pulitzer ( 1847 - 1911 )
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma".
http://movimentogotadagua.com.br/
Inegável!
Não devemos parcializar a discussão. A pessoa que está no vídeo não é alguém perfeito, é alguém que como milhões de outros, entende que esse tema é muito mais denso, pesado, pouco discutido e arbitrário do que nossa presidenta pode fazer parecer. Votei em Dilma, comparto de alguns posicionamentos, mas, cartas sobre a mesa, algo não está sendo feito da maneira como se deveria.
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