segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Papai Noel na privataria - #PrivatariaTucana @Veja

Paulo Moreira Leite - Revista Época
A CPI da Privataria foi a grande novidade política anterior ao Natal. Pode ter sido um presente de Papai Noel para a bancada governista, que passou 2011 em busca de explicações e desculpas para denúncias contra os ministros do governo Dilma Rousseff.
Ou pode ser um embrulho vazio.
A questão fundamental envolve a consistência dos documentos publicados em Privataria Tucana. Disse aqui que você lê a obra e fica impressionado. Mas é evidente que nenhuma investigação pode ser feita sem um exame sobre sua autenticidade.

Por sorte, não se trata de um serviço difícil. Boa parte dos documentos estão arquivados no Congresso, como herança da CPI do Banestado, encerrada em 2005. Falsos ou verdadeiros, é fácil de conferir. Basta comparar aquilo que foi publicado com aquilo que foi arquivado.
Outro aspecto envolve o empenho do Planalto nas investigações. O governo Dilma Rousseff decidiu privatizar os principais aeroportos do país, numa atitude que demonstra que suas objeções ao processo são menos profundas do que boa parte de seus aliados gostaria ou desejaria.
Embora os petistas tenham contribuído com boa parte das 185 assinaturas para formar a CPI, os principais representantas do governo na Câmara, Paulo Teixeira e Candido Vacarezza, não deixaram seus autógrafos no documento. A explicação para essa postura é liturgica. Por suas ligações com o Planalto, a assinaturas deles poderia ser interpretada como estimulo do governo, o que não interessa a Dilma.
A experiencia ensina que, vez por outra, considerações de ordem política costumam levar parlamentares que já assinaram um pedido de CPI a retirar seu apoio — por pressão do governo, ou por outras interferencias. Isso pode acontecer.
“Não vejo como,” afirma o deputado Carlos Zarattini. “Uma pessoa que já assinou a CPI não teria uma motivação para retirá-la. Ao menos até agora, o que vejo são sinais de deputados que não assinaram e agora querem dar seu apoio de todo jeito.”
Protógenes Queiróz, o deputado que conseguiu as 185 assinaturas, pertence ao PC do B, legenda que acumula várias denuncias no ministério dos Esportes.
A motivação da bancada do PT é variada e toda ela caminha na direção de garantir um bom espetáculo em ano de eleições.
A primeira motivação é de propaganda. Ao fustigar o PSDB com denúncias, os petistas ajudam a demonstrar sua tese sobre os maus costumes políticos brasileiros — a de que todos os gatos são pardos na hora de manipular recursos publicos.
Mas há outra motivação dos petistas de São Paulo. Eles querem a oportunidade de dar um troco em José Serra desde 2005, quando Marta Suplicy lhe passou a prefeitura da capital paulista. Em conversas privadas, os petistas se queixam que, ao tomar posse, o novo prefeito instalou procuradores públicos na assessoria jurídica de boa parte das secretarias municipais. Com acesso a toda documentação interna, abriram investigações em toda parte. Não há notícia de condenação mas muitos antigos secretários reclamam que foram pressionados e injustiçado. Também se queixam que tiveram de arcar com imensas despesas com advogados.

Um comentário:

Luiz disse...

A verdade sobre a Tragédia da Favela Moinho. PSDB está tentando esconder a verdade:

http://www.youtube.com/watch?v=zp8N-xR4vIw&feature=g-logo&context=G21e5215FOAAAAAAAGAA