sábado, 21 de janeiro de 2012

Em São Paulo, entidades organizam protesto contra a TV Globo por episódio no BBB

Movimento feminista, que também participa do protesto, protocola representação no MPF pedindo responsabilização da emissora pelo caso.
Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual- São Paulo – Um protesto contra a TV Globo pelo suposto caso de abuso sexual praticado no reality show Big Brother Brasil envolvendo os participantes Daniel Echaniz e Monique Amin está sendo divulgado pelas redes sociais. A manifestação é organizada pela Frente Paulista pelo Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão (Frentex), pelo Fórum Nacional pela Democratização na Comunicação (FNDC) e pela Rede Mulher e Mídia e será realizada nesta sexta-feira (20), das 12h às 14h, em frente ao prédio da TV Globo de São Paulo, na avenida Doutor Chucri Zaidan, esquina da avenida Roberto Marinho, na zona sul.

Até a tarde desta quinta-feira (19) já estavam confirmadas, pela rede social Facebook, cerca de 350 pessoas. As entidades pedem a responsabilização da Globo pela ocultação de fato que pode constituir crime, por prejudicar a integridade da vítima e passar ao país uma mensagem de permissividade diante de uma suspeita de estupro, por atrapalhar as investigações de um suposto crime e, também, por ocultar da vítima as informações sobre os fatos que teriam se passado com ela.
O protesto aproveita ainda para pedir que empresas anunciantes do BBB sejam entendidas como co-responsáveis pelo episódio, sugerindo à sociedade que cobre a retirada dos anúncios do programa ou que os boicote.
A respeito do fato de o canal de TV aberta, no caso a Globo, ser uma concessão pública, os manifestantes querem que o Ministério das Comunicações coloque imediatamente em discussão propostas para um novo marco regulatório "com mecanismos que contemplem órgãos reguladores democráticos capazes de atuar sobre essas e outras questões", diz o convite do facebook.
Polêmica e responsabilização
Ativistas da comunicação afirmam que o episódio evidenciou ainda mais a necessidade de uma nova legislação para o setor. De acordo com o integrante do Coletivo Intervozes, João Brant, se o país contasse com um órgão regulador, uma sanção ou punição imediata poderia ser aplicada, considerando que TV é detentora de concessão pública.
A respeito de uma possível violação dos direitos da mulher, a Rede Mulher e Mídia e outras organizações feministas vão protocolar ainda nesta quinta-feira (19) uma representação no Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo. A entidade pede a investigação da responsabilidade da Globo sobre o ocorrido no reality show. Elas solicitam à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão que junte ao procedimento já instalado pelo órgão a análise de outros aspectos ainda não considerados.
Também solicitam ao MPF um direito de resposta coletivo em nome de todas as mulheres que “tiveram seus direitos violados por este comportamento da Rede Globo”. Diz a representação: “Tal postura da emissora não apenas viola a dignidade da participante como banaliza o tratamento de uma questão séria como a violência sexual, agredindo e ofendendo todas as mulheres”.

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