Um dos integrantes do conselho político formado para auxiliar Haddad diz que aliança é conveniente, porém incoerente
O Estado de S.Paulo - "O caminho de uma aliança com o Kassab neste momento é o mais fácil, mas não sei se é bom para o processo político que estamos iniciando." Integrante do conselho político da pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, o deputado Simão Pedro (PT) verbaliza a preocupação de setores do partido com a aproximação entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e a direção petista, com vistas a uma possível aliança nas eleições na capital (no interior, as siglas já fecharam acordos).
Como o sr. avalia a possibilidade de aliança entre PT e PSD?
Acho que interessa ao PT e ao governo federal esse racha que houve aqui. A saída do Kassab do DEM, o enfraquecimento do DEM, o racha que houve na aliança em São Paulo (DEM-PSDB). Agora, fazermos uma aliança com o Kassab mesmo tendo o PT na cabeça de chapa, meu entendimento é que é ruim. Fizemos oposição ao Kassab até agora. Não à pessoa, mas ao governo. É um governo que desestruturou tudo aquilo que construímos durante a gestão da Marta (Suplicy, do PT). Ele esvaziou o papel das subprefeituras, a ideia de um governo local com mais poder de resolução dos problemas. A relação com os movimentos sociais e a sociedade civil foi muito ruim, de não diálogo. Na área da saúde, os conselhos, há muito enfrentamento. Na área de moradia. Temos políticas divergentes em relação ao centro da cidade de São Paulo, por exemplo. Acusamos alguns secretários do Serra de políticas higienistas. Em uma aliança teríamos que defender a gestão de ambos. Acho complicado para a candidatura do Haddad, que pretende ser uma candidatura de renovação. Neste momento essa aliança não é boa pro PT.
O próprio Haddad já usa o discurso da mudança.
Há um tom de crítica, de oposição. Acho também que o PT tem tudo, o apoio da figura do presidente Lula, a aceitação da presidente Dilma, cada vez mais crescente. O fato de termos governado São Paulo com marcas muito fortes. A própria candidatura do Haddad, que é uma candidatura nova, que dialoga com amplos setores, juventude, setor médio.
É também um cenário de baixa aprovação do prefeito.
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