segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Africanos ainda tentam entender racismo da polícia em Porto Alegre

Samir Oliveira
Quando vieram ao Brasil em busca de aperfeiçoamento profissional, Sagesse Ilunga Kalala, de 21 anos, e Tibule Aymar Sedjro, de 22 anos, pensavam que estavam desembarcando no país do futebol e das belas praias. Mal sabiam os dois africanos que, além de encontrar pessoas e aprender um novo idioma, iriam conhecer um pouco do que há de mais negativo no ser humano. Palavras como racismo, discriminação e preconceito passariam a integrar o vocabulário e o cotidiano dos dois jovens.
Sagesse, da República Democrática do Congo, e Tibule, do Benin, estão em Porto Alegre desde o início do ano passado para estudar português – etapa obrigatória de um convênio entre o governo brasileiro e países africanos, que em seguida deslocará os dois para a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), onde cursarão, respectivamente, Biologia e Oceanologia.

Com quase um ano de Brasil, o português flui com relativa facilidade, ainda que com um indisfarçável sotaque francês. Deixam até escapar um “tri” de vez em quando.
Mas definitivamente essa não é a melhor expressão para qualificar o que aconteceu com os dois em solo gaúcho. Talvez ignorância e despreparo sejam duas palavras que caibam bem à atitude da policial militar que, na manhã de 17 de janeiro, apontou uma arma para Sagesse e Tibule dentro de um ônibus pelo simples fato de eles serem negros.
Eles estavam indo para o Centro encontar uma amiga e, em seguida, iriam para a Polícia Federal renovar seus vistos para permanecerem mais um ano no Brasil. Sentados no fundo de um Campus-Ipiranga, conversando em francês, perceberam que a policial que estava no coletivo não parava de encará-los. Leia na íntegra acessando SUL21.

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