A Veja deveria ser coerente com seu histórico de arrogância e
usar contra o diretor da revista em Brasília, Policarpo Junior, os
mesmos métodos fascistas e truculentos que a consagraram como Diário
Oficial da Nova Inquisição. Nem que fosse por hipocrisia, outra marca do
semanário da família Civita.
A credibilidade desse jornalista virou pó. Se ele fosse ministro do
governo Dilma, estaria queimando numa fogueira de denúncias em praça
pública. Mas não. Sabe o que Veja fez no primeiro dia útil deste 2012?
Promoveu Policarpo a redator-chefe, ao lado de Thaís Oyama, Fábio Altman
e Lauro Jardim, com a saída de Mário Sabino no último dia de 2011.
Voltemos ao caso em questão.
Não há mais dúvidas de que a relação do escrevinhador com o bicheiro
Carlos Cachoeira foi criminosa ou, no mínimo, promíscua e incompatível
com o mais frouxo dos códigos de ética jornalística.
Não param de vir à tona novos fatos que comprovam que Policarpo era
usado como porta-voz e escriba dos interesses do crime organizado. Leia aqui.
Para a sociedade, o cara já está morto profissionalmente. Ele não
passa de aspone de contraventor. Mais que uma fonte, Cachoeira
praticamente pautava a publicação, sempre a partir dos interesses mais
espúrios. Gravações telefônicas grampeadas pela Polícia Federal, com
autorização da Justiça, deixam isso muito claro.
O mais provável é que a Veja entregue a cabeça de seu colaborador
numa bandeja de prata, mas com fundo falso. O cara vai cair pra cima.
Deve ganhar algum cargo corporativo e ser colocado na geladeira, longe
da redação. Uma espécie de exílio na Sibéria, só que numa sala com ar
condicionado e secretária. Logo a Veja, que critica tanto o stalinismo e
aqueles que reescrevem a história queimando arquivos e apagando seus
crimes e erros.
O jornalismo “investigativo” dos Civita foi feito com informações
repassadas por um bicheiro com o único objetivo de beneficiar um grupo
criminoso. Para aplicar essa “política editorial”, recrutaram
mentirosos, arapongas e gente desqualificada. Eles devem explicações não
só a seus leitores, mas à opinião pública.
É preciso insistir neste assunto, diante do pacto de silêncio
decretado pela chamada grande mídia. Nós não veremos nem ouviremos nada
sobre isso na Folha de S.Paulo e nas Organizações Globo.
Por que essa blindagem, essa cortina de fumaça, esse cordão de
isolamento? São perguntas sérias, que a CPI do Cachoeira, instalada em
Brasília, tem a obrigação de responder. E nós, a de cobrar.
http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2012/05/07/por-que-a-veja-ainda-nao-demitiu-policarpo-junior/
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