Revista Época: A ministra da Casa Civil tem grandes chances de vencer o câncer linfático. A professora Gleide Galvão passou pelo mesmo tratamento. Eis a lição que seu caso ensina.
O Brasil não conhece Dilma Rousseff. Conhece apenas a imagem que ela criou. Sobre a ministra austera que aparece na TV – e não necessariamente sobre a mulher real –, a professora paulista Gleide Nogueira Baptista Galvão, de 54 anos, tem algumas impressões. Acha que a chefe da Casa Civil é fria. Excessivamente segura de si. Incapaz de expressar emoções. Até a semana passada, Gleide não tinha o menor interesse por Dilma. Não havia comunicação possível entre vidas tão diferentes. Nos últimos dias, surgiu um ponto de contato. A professora e a ministra enfrentaram o mesmo diagnóstico: câncer linfático. Mais precisamente, linfoma Não-Hodgkin difuso de grandes células B, detectado em estágio inicial. A chance de cura é alta. Cinco anos depois do tratamento, 90% dos pacientes estão vivos. Mas não deixa de ser câncer – a doença insidiosa que abala todas as certezas. Assumidamente ou não, as duas mulheres compartilham a mesma insegurança.
Gleide já passou pelo pior. Concluiu o tratamento no ano passado. Está no período de vigilância. Acha que sua experiência pode ser útil à ministra e manda um recado: “Chorar e pedir colo faz muito bem”. Não se sabe se Dilma já teve a chance de pedir colo. Nas últimas semanas, ela enfrentou (sem a companhia de familiares) a rotina de exames, biópsia e consultas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O câncer foi detectado por acaso. Segundo os médicos, Dilma, de 61 anos, não teve nenhum sintoma da doença. A ministra passou por um check-up habitual e completo a pedido do cardiologista Roberto Kalil Filho, que também é médico do presidente Lula e do governador de São Paulo, José Serra. Uma tomografia do tórax revelou um gânglio aumentado na axila esquerda. Ele media 2,5 centímetros. Há cerca de um mês, Dilma internou-se para a extração do nódulo. Estava acompanhada apenas de um assessor. Foi sedada e dormiu profundamente. A cirurgia durou 45 minutos.
A análise patológica indicou o tipo de linfoma extraído da axila. Existem mais de 60 subtipos, divididos em duas classes principais: Hodgkin e Não-Hodgkin (ilustração na próxima página). Para chegar ao diagnóstico definitivo, Dilma passou por vários testes nas semanas seguintes. Um deles foi o PET Scan. Esse exame de imagem faz uma varredura do corpo inteiro e identifica alterações metabólicas que indicam a presença do câncer na fase mais precoce possível. Também foi submetida a uma punção lombar, um método para determinar se a doença havia atingido o cérebro. Nada de anormal foi encontrado. Por esses instrumentos, os médicos concluíram que o linfoma está no estágio IA, o mais precoce que existe. Ao receber a notícia, Dilma foi pragmática. Quis saber três coisas: Tem cura? Como é o tratamento? Posso manter minhas atividades? Não demonstrou fraqueza ou desespero. Ouviu dos médicos que poderá continuar trabalhando e viajando. “Esse é mais um desafio na minha vida e vou enfrentá-lo”, disse Dilma na entrevista em que admitiu a doença. A primeira sessão de quimioterapia está prevista para o dia 9 de maio. Por ser um sábado, Dilma terá o fim de semana para se recuperar. A primeira infusão de drogas pode durar até oito horas. As sessões seguintes serão mais rápidas (com duração de cerca de três horas). Vida normal? A ministra deve enfrentar uma sessão de quimioterapia a cada três semanas durante quatro meses. A maioria dos pacientes que recebe o mesmo tipo de quimioterapia sofre poucos efeitos colaterais. Mas é difícil prever a reação de cada organismo. A disposição que Dilma terá para a vida política ainda é uma incógnita. “Não sei se ela vai conseguir manter o mesmo ritmo de trabalho. Talvez sim, talvez não”, diz Paulo Hoff, diretor do centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês.Leia na íntegra AQUI.
Gleide já passou pelo pior. Concluiu o tratamento no ano passado. Está no período de vigilância. Acha que sua experiência pode ser útil à ministra e manda um recado: “Chorar e pedir colo faz muito bem”. Não se sabe se Dilma já teve a chance de pedir colo. Nas últimas semanas, ela enfrentou (sem a companhia de familiares) a rotina de exames, biópsia e consultas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O câncer foi detectado por acaso. Segundo os médicos, Dilma, de 61 anos, não teve nenhum sintoma da doença. A ministra passou por um check-up habitual e completo a pedido do cardiologista Roberto Kalil Filho, que também é médico do presidente Lula e do governador de São Paulo, José Serra. Uma tomografia do tórax revelou um gânglio aumentado na axila esquerda. Ele media 2,5 centímetros. Há cerca de um mês, Dilma internou-se para a extração do nódulo. Estava acompanhada apenas de um assessor. Foi sedada e dormiu profundamente. A cirurgia durou 45 minutos.
A análise patológica indicou o tipo de linfoma extraído da axila. Existem mais de 60 subtipos, divididos em duas classes principais: Hodgkin e Não-Hodgkin (ilustração na próxima página). Para chegar ao diagnóstico definitivo, Dilma passou por vários testes nas semanas seguintes. Um deles foi o PET Scan. Esse exame de imagem faz uma varredura do corpo inteiro e identifica alterações metabólicas que indicam a presença do câncer na fase mais precoce possível. Também foi submetida a uma punção lombar, um método para determinar se a doença havia atingido o cérebro. Nada de anormal foi encontrado. Por esses instrumentos, os médicos concluíram que o linfoma está no estágio IA, o mais precoce que existe. Ao receber a notícia, Dilma foi pragmática. Quis saber três coisas: Tem cura? Como é o tratamento? Posso manter minhas atividades? Não demonstrou fraqueza ou desespero. Ouviu dos médicos que poderá continuar trabalhando e viajando. “Esse é mais um desafio na minha vida e vou enfrentá-lo”, disse Dilma na entrevista em que admitiu a doença. A primeira sessão de quimioterapia está prevista para o dia 9 de maio. Por ser um sábado, Dilma terá o fim de semana para se recuperar. A primeira infusão de drogas pode durar até oito horas. As sessões seguintes serão mais rápidas (com duração de cerca de três horas). Vida normal? A ministra deve enfrentar uma sessão de quimioterapia a cada três semanas durante quatro meses. A maioria dos pacientes que recebe o mesmo tipo de quimioterapia sofre poucos efeitos colaterais. Mas é difícil prever a reação de cada organismo. A disposição que Dilma terá para a vida política ainda é uma incógnita. “Não sei se ela vai conseguir manter o mesmo ritmo de trabalho. Talvez sim, talvez não”, diz Paulo Hoff, diretor do centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês.Leia na íntegra AQUI.
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