quinta-feira, 10 de junho de 2010

Até Quércia larga Serra

Até Quércia, que parecia uma craca, já
está abandonado barco de José Serra
As pesquisas negativas fizeram com que Serra perdesse, na reta final para as convenções, uma série de aliados importantes na maioria dos estados. E isto, apesar de o Globo ter omitido dados essenciais do último IBOPE. No Interior de São Paulo já estão proliferando comitês eleitorais Dilma-Mercadante-Quércia.
Só na última terça-feira o IBOPE divulgou o relatório completo da pesquisa presidencial realizada na semana anterior. E aí aparecem dois dados essenciais que o Instituto e o Globo pretenderam ocultar: o primeiro, mal divulgado, é o da pesquisa espontânea, quando não é apresentado nenhum nome ao entrevistado. Nele, Dilma aparece pela primeira vez na frente de Serra, (dois pontos) E isto é crucial, porque este é o tipo de voto que revela uma tendência definitiva. Só em situações excepcionais (grandes escândalos), o voto espontâneo é revertido.
O mais importante, porém, é o dado da votação por sexo. E este foi totalmente omitido pelo Globo. Entre os homens, Dilma tem 24% contra 15% de Serra, uma diferença enorme. Entre as mulheres, Dilma tem 16 contra 14%. Para explicar esses números, sempre haverá teorias infantis dizendo que no Brasil, mulher não vota em mulher.
Mas não é nada disso. Os especialistas sabem que o que há é que no País, infelizmente, as mulheres só se interessam e se informam sobre política, muito tempo depois dos homens. E há um consenso no sentido de que, aos poucos, vai havendo uma homogeneização dos votos entre os dois sexos, com a aproximação do voto feminino aos números do masculino. Disso resulta que a vantagem de quase 10 pontos obtida por Dilma entre os homens revela, também, uma tendência de difícil reversão.
Trair e coçar…
Com base na leitura do último IBOPE, por assessores especializados, o partidos promovem uma espécie de realinhamento, agora, às vésperas de suas convenções. Como resultado, a candidatura de Serra sofre pesadas baixas.
Não há espaço, aqui, para verificar a situação de cada estado, mas merecem menção os seguintes movimentos ocorridos nos últimos sete dias: o PMDB do Rio Grande do Sul, simpático a Serra, “evoluiu” para uma posição de neutralidade e o de Santa Cantarina, antes serrista, fechou com Dilma. O PP da dupla Maluf/Dornelles está evoluindo da “neutralidade” para o apoio à petista. Já o PDT do Paraná, com seu candidato ao governo, Osmar Dias, finalmente chegou a um acordo com o PT.
Das seções do “PMDB dissidente” que namorava Serra, parece que só as de Pernambuco e do Mato Grossodo Sul não abandonaram o tucano. O mais extraordinário, contudo, está ocorrendo em São Paulo, onde o chefe local do PMDB, Orestes Quércia (candidato ao Senado) que estava grudado a Serra como uma craca a um casco de navio, já permite que seu nome seja usado numa aliança com Dilma Rousseff. É assim que o presidente nacional do partido, Michel Temer (o vice de Dilma), foi autorizado e já está montando pelo Interior do Estado, comitês eleitorais com os nomes de Dilma, Mercadante ( candidato do PT ao governo) e Quércia.
(Francisco Barreira, no blog
http://fatosnovosnovasideias.wordpress.com/perolasepilulas/)

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